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Por Lucas Estanislau, no Opera Mundi
O consumo de carne bovina na Argentina caiu 12,1% nos cinco primeiros meses de 2019 em comparação com o mesmo período do ano passado, informou um relatório divulgado nesta semana pela Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra).
De acordo com o documento, entre os meses de janeiro e maio deste ano, o consumo interno de carne vai levar a média anual a fechar em 50,5 kg. Nos primeiros cinco meses de 2018, este índice era de 57,5 kg. A cifra referente a esse período é a menor já registrada pelo Ciccra em oito anos.
Ainda segundo o informe econômico, o consumo médio anual de carne vermelha também vem em queda quando a comparação é feita com maio do ano passado. O índice registrado neste ano está em 53,7 kg por habitante, contra 58,3 kg em 2018
Como causas da diminuição no consumo de carne bovina no país latino-americano, o relatório aponta o 'encarecimento' do produto frente à média salarial da população argentina
"Quando se efetua a comparação com a média de salários formais, nos últimos três meses todas as carnes de encareceram de forma muito significativa, o que resultou em uma consistente diminuição do consumo interno de carnes", informa o documento.
De acordo com o Ciccra, a carne bovina sofreu um aumento de 21,2% no preço nos últimos três meses. A carne de frango e de porco aumentaram 40,3% e 24%, respectivamente.
"Durante a gestão Macri, o nível geral dos preços ao consumidor triplicou (aumento de 206,4% entre dezembro de 2015 e maio de 2019) e os salários do setor privado formal se multiplicaram por 1,56, o que implica que o poder de compra dos salários dos empregados formais diminuiu 16,9% em relação ao nível geral dos preços", aponta o estudo.
Os aumentos nas carnes bovina, aviária e suína durante a gestão Macri também foram registradas pelo relatório. Desde dezembro de 2015, a carne vermelha aumentou 134,4%, a de frango 144,1%, e a de porco 156,5%.
Menos consumo do que em 2001
Em seu relatório mensal, o Ciccra ainda apontou para uma redução histórica do consumo anual de carne vermelha, que chegou a ser menor do que o ano de 2001, quando a Argentina passava por uma outra crise econômica durante a gestão do então presidente Fernando De la Rúa.
Em 2001, o consumo anual de carne bovina por habitante foi de 64,1 kg, bem acima do registrado durante os piores anos da crise que assola o governo Macri.