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Uma reportagem recentemente publicada pela revista The New Yorker traz um longo perfil do deputado venezuelano Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente da Venezuela em janeiro deste ano.
A matéria realizada pelo reconhecido jornalista e escritor Jon Lee Anderson busca fazer um relato de como é a vida de Guaidó, descrito como o homem que desafiou a legitimidade do mandato de Nicolás Maduro.
Em meio à descrição do clima político venezuelano, salpicado pelos detalhes sobre como Guaidó se ergueu como atual referência da oposição e o que o levou a impulsar a estratégia para derrubar Maduro, o texto de Anderson revela uma questão que aproxima o líder golpista com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro: Juan Guaidó também é assessorado por um astrólogo.
Porém, diferente da relação entre Bolsonaro e Olavo de Carvalho, o astrólogo de Guaidó (quem a reportagem menciona somente como “Davíd”, com acento e sem sobrenome) não parece funcionar como estrategista político e filosófico, e sim como guia espiritual e vidente pessoal.
Na passagem em que relata a relação de Guaidó com Davíd, Anderson mostra como o astrólogo se esforça por estabelecer um parentesco de seu pupilo com um mítico líder indígena venezuelano, razão pela qual o guru o aponta como “o escolhido pelos ancestrais para libertar a Venezuela”.
Em outro momento do encontro de Anderson com Davíd e Guaidó, que aconteceu em uma praia da costa caribenha da Venezuela, o jornalista conta algumas definições que o astrólogo tem sobre outras figuras envolvidas na problemática venezuelana: Maduro seria “o eixo do Mal” e os coletivos organizados que defendem o governo seriam “os representantes do diabo na Terra”, Hugo Chávez seria “a reencarnação de Simón Bolívar”, mas teria sido enganado por Maduro, enquanto Guaidó é “a reencarnação de Guaipaicuro”, um histórico líder indígena que lutou contra a colonização espanhola.
No caso de Donald Trump, Davíd chegou a fazer uma leitura de tarô, e previu que ele poderia conseguir sua reeleição em 2020, mas somente se tiver sucesso em “libertar a Venezuela”, e afirmou que o presidente estadunidense possui um karma e uma dificuldade em se expressar, além de se valer de metáfora ao menos curiosa: “ele é como o Maxwell Smart (o Agente 86 da antiga série de TV), faz tudo errado, mas no final dá tudo certo”.
Para ler a reportagem completa, em inglês, basta entrar neste link para a página da revista The New Yorker.