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Após meses de batalha judicial, o ex-guerrilheiro e ex-comandante das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Jesús Santrich assumiu, nesta terça-feira (11), sua vaga como deputado no Parlamento colombiano. Apesar da grande presença de meios comunicações durante a sua posse, o novo congressista preferiu não dar declarações.
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Em março de 2018, Santrich foi um dos 10 deputados eleitos pelo novo partido FARC – com os acordos de paz de 2016, a guerrilha se transformou em um partido político, mas manteve a sigla, que agora significa Força Alternativa Revolucionária do Comum. Porém, no mês seguinte, ele foi condenado e preso por um tribunal regional, acusado de ligação com o narcortráfico, e chegou a enfrentar inclusive um pedido de extradição aos Estados Unidos, baseado nas mesmas denúncias.
Dias atrás, a Corte Suprema de Justiça da Colômbia concedeu a Santrich uma liminar, que permitiu a ele continuar respondendo ao processo em liberdade, e assim poderá exercer seu mandato enquanto não há uma condenação definitiva sobre o seu caso na máxima instância judicial do país. O ex-líder das FARC também foi beneficiado com uma garantia de não extradição, baseada nos princípios do Acordo de Paz de 2016.
Entretanto, o presidente colombiano, Iván Duque, não pretende dar vida fácil ao novo deputado. Suas declarações após a liberação de Santrich foram para pressionar o Judiciário e também a Procuradoria da República, no sentido de rever os benefícios dados ao ex-combatente, e afastá-lo do cargo: “espero que, uma vez que a Procuradoria pediu sua captura, ela também peça à Corte Suprema a suspensão dessa pessoa do exercício do cargo”.
Radical de direita, Duque foi eleito presidente em junho de 2018, com um discurso radicalmente contrário aos Acordos de Paz de 2016, mas vem tendo pouco progresso em suas medidas para reverter politicamente os seus efeitos. Ao menos até agora.