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A Malásia decidiu que não quer mais receber lixo de outros países desenvolvidos. O governo local informou nesta semana que vai mandar de volta para o Reino Unido mais de três mil toneladas de plástico descartado. O material será devolvido em 60 contêineres e, além dos países britânicos, os rejeitos também serão devolvidos para Estados Unidos, Canadá e Austrália.
“Não somos uma lixeira para países ricos. Mesmo que sejamos um país pequeno, não seremos destratados por países mais desenvolvidos", declarou a ministra do Meio Ambiente malaio, Yeo Bee Yin. A representante do governo da Malásia também lembrou que o material foi levado até o país de maneira irregular, o que viola a lei ambiental local.
Parte do lixo que é levado para países asiáticos é utilizada para reciclagem, mas nem todo tipo de plástico pode passar por esse processo e tem que ser incinerado. A ação causa a liberação de substâncias tóxicas na atmosfera, contaminando o solo e fontes de água. De acordo com a ministra, um estudo mostrou que uma pessoa morre a cada trinta segundos na Malásia por conta do lixo e poluição que afetam o país. As doenças mais recorrentes seriam a dengue e a malária.
Países como Gana, Nigéria e Índia também são destinos para onde os rejeitos produzidos por outros países são levados. Segundo levantamento feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2013, nações em desenvolvimento são o destino de 80% do lixo eletrônico produzido no mundo. A situação se agravou nos últimos anos, desde que a China passou a recusar esse tipo de material em seu território.
De acordo com a ONU, em 2016 empresas chinesas e de Hong Kong importaram mais de sete milhões de toneladas de plástico para reciclagem, o que representava quase 70% de todo esse tipo de lixo no mundo. Este comércio movimentou US$ 21,6 bilhões no ano de 2017. Em julho do ano passado, o governo da China proibiu a importação de certos tipos de materiais para a reciclagem. Com isso, países periféricos passaram a receber esses rejeitos.