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Em entrevista a Vladimir Goitia, no Portal UOL nesta terça-feira, antigos e atuais membros da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira acreditam que a postura de Jair Bolsonaro (PSL) em relação a Israel levará o Brasil a perder espaço no mercado de exportações de produtos importantes para a balança comercial, como carne bovina, frango, soja e milho.
Presidente do órgão, Rubens Hannun falou em “movimento desnecessário” por parte do governo brasileiro e confirmou a insatisfação entre os representantes diplomáticos árabes.
"Acho que deve haver um impacto no comércio, mas não há como quantificar", pontuou.
Michel Alaby atuou na Câmara por 35 anos e lamenta que as relações comerciais construídas ao longo de quatro décadas possam agora ser afetadas, levando o Brasil a perder espaço para outros fornecedores, como Índia, Turquia, Argentina e até Estados Unidos.
A Liga Árabe reúne 22 países e foi responsável por US$ 11,49 bilhões na importação de produtos brasileiros em 2018. Os números, contudo, já foram melhores. Em 2017, foram US$ 13,59 bilhões.
"Levamos mais de 40 anos para conquistar o mercado dos países árabes e, agora, por uma impropriedade, podemos sofrer retaliações, embora não tenha como ser mensurado isso no momento porque os contratos de exportação são de médio e longo prazos com os fornecedores", afirmou Alaby.
O Brasil é o maior exportador de carne “halal” – que segue o ritual islâmico para o abate de animais, motivo pelo qual ele acredita que Bolsonaro não deveria se alinhar aos Estados Unidos na postura diplomática.
Mesmo a abertura de apenas um escritório de negócios em Jerusalém, em vez da transferência da embaixada para lá, não deve minimizar a insatisfação dos países árabes, que criticam a transferência da capital israelense para Jerusalém – território em disputa com os palestinos.
Bolsonaro cumpre agenda oficial em Israel.
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