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Não satisfeita em passar vergonha uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (15) em Genebra (Suíça), a Delegação Brasileira seguiu insistindo, pelas redes sociais, no assunto que causou o vexame a nível internacional.
Após a cena protagonizada pela embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo, que provocou Jean Wyllys e, ao ouvir a resposta, se exaltou e saiu da sala, o perfil oficial da Delegação Brasileira no Twitter seguiu atacando o ex-deputado.
"No Conselho de Direitos Humanos hoje, ao lado da Senadora Mara Gabrilli, defendemos a democracia brasileira e suas instituições. Na mesa, ex-deputado, vestido de vermelho, mostra sua incapacidade de aceitar o resultado das urnas", diz o tuíte.
Jean Wyllys, por sua vez, ignorou a nova manifestação. Antes, havia publicado um artigo no portal UOL intitulado "A descompostura da embaixadora".
Vexame
A embaixadora brasileira, em uma primeira intervenção, provocou Jean Wyllys ao dizer que Jair Bolsonaro sofreu uma ameaça concreta de morte e mesmo assim não deixou o país - em uma clara referência ao fato de que o ex-deputado saiu do Brasil após ameaças, principalmente, de apoiadores do presidente. Ela seguiu dizendo que o mandatário brasileiro não é racista, fascista ou autoritário, que se preocupa com os direitos das mulheres e que toda essa fama não passa de fake news.
Ela não aguentou, no entanto, ouvir a resposta de Jean Wyllys e, nervosa, deixou a sala - gesto totalmente incomum na diplomacia da ONU.
Cena inédita
Jamil Chade, correspondente do jornal Estadão, afirmou na tarde desta sexta-feira (15), através do Twitter, que nunca viu “o Brasil protagonizar uma cena tão triste como a que a embaixadora do governo Bolsonaro promoveu hoje”. Ele cobre as pautas da ONU na Europa há duas décadas.
“Em 20 anos cobrindo a ONU, jamais vi o Brasil protagonizar uma cena tão triste como a que a embaixadora do governo Bolsonaro promoveu hoje. O Itamaraty, contaminado por um vírus extremamente perigoso: o da intolerância”, tuitou.
É de Chade, inclusive, o vídeo que a Delegação Brasileira usou, sem autorização, para seguir atacando Wyllys no Twitter. Pela mesma rede social, o jornalista protestou: "Solicito ao Itamaraty e à Delegação Brasileira a retirada das imagens. Elas têm dono e não permitirei que sejam cedidas".