Brasil só fica atrás do Catar em desigualdade de renda, diz relatório da ONU

Após golpe que resultou na queda de Dilma Rousseff, Brasil estagnou e, em 2018, perdeu uma posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a 79ª lugar na lista divulgada pela ONU nesta segunda-feira (9)

A comunidade de Paraisópolis na região do Morumbi, em São Paulo (Arquivo)
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Após o golpe parlamentar que resultou na queda de Dilma Rousseff (PT) da presidência, o Brasil registrou, em 2018, a queda em uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a 79ª posição, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) da Organização das Nações Unidas (ONU). Com crescimento pífio, de 0,001, em 2018, o IDH brasileiro foi de 0,761, contra 0,760 em 2017, o que levou a perda de uma posição no ranking que mede o processo de desenvolvimento humano de 189 países - quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido. Entre 2010 e 2017, por exemplo, a média do crescimento anual do IDH no Brasil foi de 0,004. Após o golpe, o Brasil voltou a ter um crescimento insignificante para os padrões do ranking e estagnou em segundo lugar na lista de países com maior desigualda de renda do mundo. Com o IDH de 0,761, o Brasil fica em 79º no mundo e em 4º na América do Sul —nas duas posições, o país fica empatado com a Colômbia. O relatório do Pnud destaca que apenas o Catar tem maior concentração de renda entre o 1% mais rico da população do que o Brasil. "A parcela dos 10% mais ricos do Brasil concentra 41,9% da renda total do país, e a parcela do 1% mais rico concentra 28,3% da renda", diz o texto. No Catar, a parcela do 1% mais rico concentra 29% da renda do país. O Catar é um emirado absolutista e hereditário comandado pela Casa de Thani desde meados do século XIX. As posições mais importantes no país são ocupadas por membros ou grupos próximos da família al-Thani. Em 1995, o xeque Hamad bin Khalifa Al Thani tornou-se emir após depor seu pai, Khalifa bin Hamad al Thani, em um golpe de Estado. A Freedom House considera o país "não livre" e a Amnistia Internacional anota vários atropelos de direitos humanos. Desde a primeira Guerra do Golfo, o país tem sido um importante aliado militar dos Estados Unidos e atualmente abriga a sede do Comando Central da superpotência na região.