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Do Chile, especial para a Fórum
O projeto do presidente chileno Sebastián Piñera para estabelecer uma renda mínima de 350 mil pesos (cerca de 1.850 reais) aos trabalhadores chilenos já está tramitando no Congresso e deve ser aprovado em tempo recorde.
A maioria dos partidos opositores (comunistas, socialistas e democratas-cristãos) afirmam que o apoiarão de forma crítica, por considerar que os valores apresentados pelo governo são insuficientes para garantir uma vida mais digna aos beneficiados.
A diferença está na postura da Frente Ampla, que reagiu através da deputada Gael Yoemans, presidenta da Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados. Ela afirmou que apresentará uma indicação ao projeto para que a renda mínima garantida pelo governo seja de 500 mil pesos chilenos (cerca de 2.700 reais). O valor é cerca de 40% maior que o oferecido pelo governo.
Segundo Yoemans, o valor anunciado por Piñera nesta quarta-feira (6) “é ridículo, porque as grandes empresas e as famílias que formam parte do 1% mais rico do país não estariam renunciando a nada, e não tirariam um peso sequer dos seus bolsos para melhorar a vida dos trabalhadores”.
Com o projeto, o governo chileno pretende entregar bolsas de no máximo 49 mil pesos (cerca de 260 reais) para os que recebem salário mínimo (cerca de 1.300 reais), ou ainda menores para aqueles que ganhem acima do mínimo, mas menos que o valor de 350 mil, estabelecido pelo projeto.
A deputada Yoemans – que também é presidenta do partido Convergência Social, um dos que são mais à esquerda dentro da Frente Ampla –, também afirmou que “as pessoas estão exigindo mudanças estruturais no país, e neste caso, não basta só garantir uma renda um pouco melhor, é preciso ter uma renda que garanta um mínimo de dignidade. Por isso, nossa proposta será de 500 mil pesos líquidos, e que as empresas também tenham que pagar essa conta”.
Burla
Por sua parte, a deputada Catalina Pérez, presidenta do partido Revolução Democrática – também parte da Frente Ampla –, lembrou que os 350 mil oferecidos por Piñera são somente o valor bruto, e o valor líquido ficaria abaixo dos 300 mil pesos. “O governo não quer escutar, sua proposta é uma burla para aqueles que não conseguem pagar as contas no fim do mês”, comenta a parlamentar progressista.