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Ainda sem ter um resultado definitivo, mas com 98% dos votos já apurados, pode-se dizer que o empresário e político Luis Lacalle Pou venceu o segundo turno das eleições no Uruguai, com 48,3%, contra 47,7% do seu adversário, Daniel Martínez (Frente Ampla), e foi eleito presidente do país para os próximos cinco anos. Diferença entre os dois candidatos foi de pouco menos de 30 mil votos.
[caption id="attachment_196309" align="alignnone" width="300"] Reprodução Twitter[/caption]
Apesar desse resultado virtual, o presidente da Corte Eleitoral do Uruguai, José Arocena, decidiu interromper a contagem, que será retomada somente na terça-feira (26). Segundo ele, ainda faltam ser contabilizados os chamados "votos observados", que são o das pessoas que votam fora da sessão eleitoral onde estão inscritas, e esse é um processo demorado, que pode demorar dias para comprovar as identidades, o que poderia levar a ter um resultado definitivo somente na sexta-feira (29).
Segundo Arocena, "embora o normal seja esses votos acompanharem a tendência da votação como um todo, o fato é que eles são quantitativamente mais que a diferença de votos entre os dois candidatos, então só poderemos dar um resultado oficial depois que eles forem condiserados", explicou Arocena.
Caso seja confirmada, a vitória de Lacalle Pou marcaria o retorno ao poder do Partido Nacional, principal referente da direita no país, e que não governava desde 1995. O último mandatário do partido foi justamente o seu pai, Luis Alberto Lacalle. Pou também é o terceiro presidente da história do partido, mas o segundo a chegar ao poder pela via democrática – o primeiro, Aparicio Méndez, governou entre 1976 e 1981, mas foi designado pela Junta Militar que custodeou a política do país entre os anos de 1973 e 1985. No caso de virada de Martínez, a Frente Ampla de esquerda conseguiria seu quarto mandato consecutivo, e manteria uma hegemonia no país que preserva desde 2015, com os mandatos de Tabaré Vázquez (duas vezes) e Pepe Mujica. A jornada deste domingo ficou marcada por uma campanha de ameaças difundida a usuários uruguaios pelo WhatsApp, apelando a um voto a favor de Lacalle Pou e em repúdio a Martínez e aos "comunistas". Entre outras coisas, a mensagem dizia que “todos temos que votar em Lacalle para presidente, apoiado pelo nosso comandante general do Exército Guido Manini Ríos. Sabemos quem são e contamos com o seu voto e da tua família para salvar a pátria. É uma ordem! As ordens se acatam, e quem não o fizer será um traidor. Sabemos como tratar os traidores. A única opção é ganhar. Antes cair de costas que de joelhos. Seguimos em contato. Aguarde novidades. Começamos a voltar”. Segundo meios locais, algumas correntes com essa mensagem foram disparadas de usuários no Brasil. A campanha de ódio político nas redes sociais, por enquanto, teria dado certo, e levando a uma virada com relação ao primeiro turno, que aconteceu em 27 de outubro passado, e terminaram com vitória de Martínez, que teve 39%, enquanto Lacalle Pou ficou em segundo com 28%. Porém, também há de se dizer que o candidato da direita esteve na frente das pesquisas durante todo o segundo turno, chegando a ter cerca de 7% de vantagem, muito mais do que essa magra diferença vista na votação deste domingo (24). Caso seja confirmado como presidente eleito, Lacalle Pou deverá assumir o cargo em março de 2020, e ficará no poder até março de 2025. Receberá a faixa presidencial do atual presidente, Tabaré Vázquez, que encerra o seu segundo mandato – não consecutivo, o primeiro foi entre 2005 e 2010, e entre eles houve o mandato de José Mujica, o mais badalado internacionalmente.Presidente de la Corte Electoral de #Uruguay estima tener resultados finales el viernes, considerando que faltan por revisar los votos observados, que son más que la diferencia entre Luis Lacalle Pou y Daniel Martínez.
Vía @TelemundoUY #EleccionesUruguay #24Nov pic.twitter.com/IHsIS4hDum — Gabriel Bastidas (@Gbastidas) November 25, 2019