Escrito en
GLOBAL
el
Para o consultor e analista internacional Amauri Chamorro, a grande mobilização social gerada nesta quinta-feira (3) pelas reformas econômicas e trabalhistas podem causar a queda do presidente do Equador, Lenín Moreno. Moreno, que foi eleito com o apoio do ex-presidente Rafael Correa, é tido como um grande traidor no país e decretou estado de exceção após a reação popular às medidas adotadas por ele em razão de empréstimo do FMI. O presidente baixou decreto de estado de exceção em seguida, o que lhe permite usar a Força Nacional para reprimir protestos, censurar a imprensa e fechar fronteiras.
"Eu acho que se o Lenín não mudar a sua proposta, e eu acho que vai ser muito difícil ele mudar, ele não chega a dezembro. Lenín Moreno não tem apoio popular. Ele não tem nenhum apoio popular. [...] Quase sempre que a população sai para rua no Equador do jeito que saiu hoje, cai presidente da República", avaliou Chamorro, que crê que pode haver Eleições Gerais e ate mesmo uma Assembleia Constituinte. "Sem dúvidas isso permitira a volta do presidente Rafael Correa", pontuou.
O analista conta que quem foi as ruas hoje não foram apenas militantes do Revolução Cidadã, partido do ex-presidente Rafael Correa, mas amplos setores. "Hoje milhares de pessoas saíras às ruas se manifestar contra as medidas econômicas do Lenín Moreno. Saíram os de direita, os de esquerda, os ricos, os pobres, todo mundo saiu às ruas em todas as principais capitais do país. Paralisaram o país durante todo dia e isso não vai parar porque eles querem derrubar essas leis que criaram uma reforma institucional profunda permitindo um abuso do poder econômico", declarou Chamorro. "Lenín Moreno conseguiu fazer com que mesmo aqueles que o apoiavam saíssem para se manifestar contra o governo", disse ainda.
Chamorro destaca que a população tem sofrido com os reflexos da implementação de políticas neoliberais por parte do ex-correísta, que ele considera não somente como traidor, mas também como um infiltrado devido a descoberta de laços de Moreno com a embaixada dos EUA. Segundo o analista, o que aconteceu no Equador para o país chegar a ponto de ebulição foi a "formula do fracasso". "O FMI implementa no Equador uma série de regras, de modificações da política econômica para poder liberar um empréstimo de 10 bilhões de dólares, que é quase 10% do PIB do Equador em um só empréstimo, algo absolutamente fora do comum", disse.
Essas regras geram reações como o aumento do preço da gasolina, que cresceu em 120% em um só dia, um grande volume de demissões de funcionários públicos, além da diminuição da qualidade da área de serviços, da saúde, da educação. "Essas ações de políticas neoliberal fazem com que a população mais pobre e mais carente tenham que pagar o endividamento do país", analisou.
O analista comenta também sobre a crise política no Peru, que para ele é bem diferente do que ocorre no Equador e fala que nos últimos anos o decreto de Estado de Exceção só foi baixado em uma situação de emegência provocada por um terremoto e uma erupção vulcânica ocorrendo ao mesmo tempo.
Assista na íntegra: