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A presidenta da Croácia, Kolinda Grabar Kitarovi?, que está causando furor nas transmissões e colunas das empresas Globo e de vários outros veículos da grande imprensa, por desfilar “simpatia, beleza e austeridade” pela Copa da Rússia, já seu deixou fotografar com a bandeira do Ustashe, partido nacionalista croata, que foi colocado no poder como um Estado de apoio aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1941 e 1945.
Kolinda, que foi eleita pela União Democrática Cristã, partido de direita de linha nacionalista e anticomunista, disse não se importar com a divulgação da foto, que foi publicada com a sua permissão pela professora de Toronto (Canadá) Tihomir Janjicek.
“A presidente viu a bandeira e, como você pode ver na foto, ela a segurou. Felicito a Presidente pelo seu sincero croataísmo. Esta bandeira é minha cópia pessoal e foi comprada em Zagreb na época em que era a bandeira croata oficial. Esta bandeira reúne todos os croatas, na Croácia, na Bósnia e Herzegovina, na Sérvia, em Montenegro e em todo o mundo, onde quer que estejam ”, escreveu a ultranacionalista Janjicek.
[caption id="attachment_136514" align="alignnone" width="449"] Poster nazista com a bandeira Ustache. Foto: Reprodução[/caption]
O brasão que aparecia na bandeira croata se tornou emblema do Partido de inspiração nazista Ustashe e foi removido depois que os fascistas foram derrotados na Segunda Guerra Mundial. Durante a vigência da Iugoslávia, a Croácia usou diferentes brasões, que após a independência foram preservados como símbolo da República Croata.
[caption id="attachment_136515" align="alignnone" width="460"] Desfile nazista em Zagreb com a bandeira Ustache. Foto: Reprodução[/caption]
O neonazismo tem crescido muito na Croácia. Nas quartas de finais da Copa, durante jogo contra a Rússia, o zagueiro Demogoj Vida e o assistente técnico Ognjen Vulkojevic apareceram em vídeos repetindo a expressão “Slava Ukraini”, que pode ser traduzida como “Glória à Ucrânia”.
“Glória à Ucrânia” foi a saudação preferencial do Exército Insurgente Ucraniano (UPA) e da Organização Ucraniana Nacionalista (OUN), cujos membros lutaram pela independência da Ucrânia antes e depois da Segunda Guerra Mundial, mas que também cometeram atrocidades contra inimigos como poloneses e judeus.
UPA e OUN representavam a resistência contra o governo da União Soviética e estavam alinhados aos nazistas da Alemanha. Nessa época “Glória à Ucrânia” era a versão local do “Heil Hitler”, a tradicional saudação nazista.
Festejada por Bretas e pela Globo
Há, no entanto, quem festeje no Brasil a presidente direitista com pendores nazistas. O juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, retuitou nota do colunista do Globo Ancelmo Gois enaltecendo a austeridade e os dotes físicos de Kolinda:
— Marcelo Bretas (@mcbretas) 12 de julho de 2018“O grande nome dessa seleção da Croácia, com todo o respeito ao craque Modric, é... Kolinda Grabar-Kitarovi, 50 anos, a presidente do país que chega à sua primeira final de Copa. Kolinda, além de linda, como o nome diz, bate um bolão em simpatia, diplomacia e, por que não dizer?, até em cuidado com o dinheiro público nesses tempos de maus exemplos da classe política: está na Rússia, como se sabe, pagando sua viagem com dinheiro próprio”, escreveu Ancelmo Gois Além dos dois, Kolinda tem recebido aplausos de vários veículos da grande imprensa brasileira, entre eles a Globo News, que fez longa matéria elogiosa sobre ela na manhã desta quinta-feira (12).