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Dono de um hotel que já havia acertado a contratação do homem por telefone o dispensou quando recebeu, por e-mail, uma cópia de seu RG e constatou que ele é negro. "Não posso colocar rapazes de cor na recepção", disse. Sindicato prepara ação judicial contra o hotel
Por Redação*
Vem repercutindo na mídia italiana, esta semana, o caso de um brasileiro que vive na Itália e que foi rejeitado em um emprego por ser negro. A denúncia foi feita nesta quinta-feira (3) pela Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil), que já prepara uma ação judicial para ajudar a vítima.
Identificado apenas como Paolo, a vítima tem 29 anos, nasceu no Brasil e vive desde criança na Itália. Morador de Milão, ele havia acertado, no início de junho, sua contratação para recepcionista em um hotel em Cervia, cidade de quase 30 mil habitantes situada no litoral da região da Emília-Romana. No dia 18 do mesmo mês, depois de enviar sua documentação ao dono do hotel por e-mail, no entanto, Paolo recebeu como resposta um SMS em que é informado que não seria mais contratado por ser negro.
"Lamento, Paolo, mas não posso colocar rapazes de cor na recepção, aqui na Romana as pessoas têm a mentalidade muito atrasada. Me desculpe, mas não posso fazer você descer, tchau", dizia a mensagem.
"Estamos frente a um evidente caso de discriminação racial. Ao dano patrimonial por ter perdido a alta temporada, se somam a humilhação e a profunda injustiça das quais foi vítima. Estamos certos de que a Romana saberá se distinguir da inaceitável conotação reservada a ele pelo proprietário do hotel", informou, em nota, a Cgil.
Ao jornal italiano La Repubblica, a Federalberghi, entidade que representa o setor hoteleiro do país, disse que, após o ocorrido, "mais de um dono de hotel se propôs a oferecer a Paolo uma oportunidade de trabalho".
*Com informações da ANSA