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Alejandro Guillier, candidato de Bachelet, reconheceu o que chamou de 'derrota dura'. O vencedor é o ex-presidente chileno Sebastián Piñera, um dos homens mais ricos do país
Por Ópera Mundi
O ex-presidente chileno Sebastián Piñera venceu neste domingo (17/12) o segundo turno da eleição presidencial e volta ao cargo a partir de 2018. Ele superou o centro-esquerdista Alejandro Guillier, candidato da atual presidente, Michelle Bachelet.
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Os votos apurados até o momento - 99,62% das urnas - pelo Servel (Serviço Eleitoral do Chile) mostram Piñera com 54,57%, contra 45,43% de Guillier. A última pesquisa do Instituto Cadem, divulgada no dia 1º de dezembro – os levantamentos eleitorais só podem ser divulgados até no máximo 15 dias antes das eleições – mostrava empate técnico entre Piñera (40% das intenções) e Guillier (38,6%).
Guillier reconheceu a derrota em discurso para correligionários em Santiago. “Quero felicitar meu competidor, Sebastián Piñera, o novo presidente eleito, a quem já telefonei para felicitar”, disse. "Sofremos uma derrota dura. O Chile deu um sinal que temos que respeitar e temos que aprender. Esta é uma derrota eleitoral, não uma derrota política."
Guillier foi à sede de campanha de Piñera “prestar os cumprimentos”, segundo suas próprias palavras. Os dois apareceram juntos no palco onde o presidente eleito discursou logo depois.
“Estou seguro que vamos continuar trabalhando juntos, Alejandro”, afirmou Piñera, que já foi chefe de Guillier quando este era jornalista. “O Chile necessita de acordos, colaborações, mais do que confrontos”, disse o presidente eleito, que anunciou que vai adotar elementos do programa de governo do candidato derrotado.
Presidente eleito
Presidente entre 2010 e 2014, justamente entre os dois mandatos de Bachelet, o empresário direitista de 67 anos chegou ao segundo turno com o impacto do erro das pesquisas de intenção de voto, que apontavam mais de 40% para ele ao final da primeira volta - Piñera ficou com 37%.
Tido como um dos homens mais ricos do país, Piñera é dono de um patrimônio estimado em US$ 2,7 bilhões, segundo a revista "Forbes".
Ao ser eleito presidente, se desfez dessas participações e confiou parte de sua fortuna a um "blind trust", fundo que administra ativos sem a interferência de seus proprietários, mas acusações de conflito de interesses permeiam sua vida na política. Seu período no poder também foi marcado pelo acidente que soterrou 33 trabalhadores em uma mina a 700 metros de profundidade em San José.
O incidente, ocorrido em agosto de 2010, causou comoção mundial, especialmente no resgate dos mineiros, realizado mais de dois meses depois. Seu governo, iniciado em março daquele ano, também teve de lidar com a reconstrução das zonas destruídas pelo terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter que matou mais de 500 pessoas no centro do país em fevereiro.