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União tem como objetivo lidar com o desafio de enfrentar os chamados monstros de Silicon Valley, como Amazon, Facebook, Google e Netflix, que entraram para valer no negócio do entretenimento.
Da Redação*
Após semanas de negociações e notícias, a The Walt Disney Company confirmou nesta quinta-feira (14) a compra de algumas divisões da 21st Century Fox. No comunicado oficial, as empresas confirmam que o acordo inclui a Twentieth Century Fox Film, Fox Searchlight Pictures, Fox 2000, os estúdios de TV, junto com os negócios internacionais de TV a cabo. O valor aproximado da negociação é de US$ 52.4 bilhões.
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A Disney afirma no texto que a compra possibilitará a criação de mais conteúdos, possivelmente para seu serviço de streaming, que tem lançamento previsto para 2019. Já a 21st Century Fox vai separar empresas como Fox News Channel, Fox Business Network, FS1, FS2 e Big Ten Network e formar uma nova companhia, que será divulgada para seus acionistas em breve. Dentro da negociação, a Disney também confirma que assumirá algumas dívidas da Fox, estimadas em US$ 13.7 bilhões.
Sobre as produções em si, o comunicado cita que a Disney tem agora franquias renomadas do estúdio, como Avatar, X-Men, Quarteto Fantástico, Deadpool, A Forma da Água, entre outras. Na parte de TV, que inclui FX, Twentieth Century Fox Television e Fox21, o acordo inclui The Americans, This is Us, Modern Family, O Simpsons, entre outras produções. A Disney também assume a Fox Sports e as partes da Fox no Hulu.
"A aquisição dessa estelar coleção da 21st Century Fox reflete o aumento da demanda dos consumidores por uma rica diversidade de experiências de entretenimento, que são mais convincentes, acessíveis e convenientes do que nunca", afirmou Robert A. Iger, chefe executivo da The Walt Disney Company. Para finalizar, o comunicado diz que essa é uma oportunidade para a Disney reunir X-Men, Quarteto Fantástico e Deadpool com a "família Marvel".
Desafio do Silicon Valley
As conversas entre as megaempresas já vinham ocorrendo. Na reunião anual da 21st Century Fox do mês passado, um accionista colocou a Lachlan Murdoch a pergunta que muitos queriam saber a resporta: “Como é que nos mantemos firmes para concorrer com Amazon, Facebook, Google e mesmo Netflix?”. O co-presidente executivo da Fox evitou uma resposta direta. Mas, certamente, ele tem uma ideia muito específica sobre como lidar com o desafio colocado pelos monstros de Silicon Valley, que irromperam no negócio do entretenimento – reforçar tudo o que não seja "scripted entertainment" (ficção narrativa).
É uma ideia muito diferente da sua antiga rival Disney. E uma ideia que transforma o que era um potencial negócio entre as duas empresas num desenvolvimento lógico – e num estudo sobre contrastes. Numa altura em que a Fox preparava um negócio histórico, que transferiria muitos dos seus activos-chave para a Disney, as duas empresas perseguem objetivos similares: sobreviver e emergir com mais força no final do atual momento de mudança radical.
A Disney, sob o comando do presidente Robert Iger, amado por Wall Street, quer defender-se dos desafios colocados pelos potentados dos serviços diretos ao consumidor, como o Netflix e a Amazon, usando a arma da escala. Conglomerar a maior quantidade de conteúdos de entretenimento possível, diz a sua filosofia, e depois partir para povoar um serviço de "streaming online". Já Rupert Murdoch, alma da Fox, quer contornar muitos desses desafios construindo o negócio a partir dos mídia tradicionais, baseando a oferta em informação, esportes, reality-shows e não ficção.
O acordo é resultado de um namoro de meses da Fox com a Disney e de um flerte ocasional com a Comcast Universal, o segundo maior conglomerado de mídia do mundo, e a operadora de telecomunicações Verizon. Nem a Fox nem a Disney prestaram declarações sobre o assunto.
Ex-rivais
Durante muito tempo, a Fox foi praticamente rival da Disney. Em 2014, um ano depois de ter separado a Fox e a News Corp. em duas empresas diferentes, tinha 31,9 milhões de receitas anuais operacionais, um patamar comparável ao da Disney, com 48,8 milhões de euros de receitas. Três anos depois, porém, as empresas tinham partido em direções diferentes. A Fox viu as suas receitas encolherem para os 28,5 milhões. A Disney, alimentada por mega-franchises como Star Wars, cresceu para os 55 milhões.
Isso levou a repensar a forma de lidar com os novos desafios de Silicon Valley. A Fox tinha, basicamente, decidido nem tentar. Contudo, com uma capitalização bolsista de 160 milhões, a Disney acredita que ter mais ativos pode ajudar a deixar para trás "players" que entraram no mercado do entretenimento, como a Apple e a Amazon, cada uma com um valor em bolsa de mais de 500 milhões.
Outras fusões
Nos últimos anos, alguns grupos internacionais de comunicações e telecomunicações promoveram grandes e milionárias fusões:
American Online e Time Warner - O acordo de compra da Time Warner pela AOL foi então a maior a negociação do milênio, mas, realizada em meio à bolha da internet no ano 2000, a fusão foi desfeita e as duas empresas se separaram em 2009. O valor da operação alcançou US$ 186 bilhões.
Vodafone e Mannesmann - Em 1999, a Vodafone, então maior operadora de telefonia do Reino Unido, comprou a empresa alemã Mannesmann AG por US$ 185 bilhões. A companhia britânica se tornou proprietária de 99% da Mannesmann, que, em troca, levou as ações da Vodafone.
Verizon e Vodafone - Em seguida, a gigante americana das telecomunicações Verizon comprou os 45% de participação da Vodafone, no seu negócio de telefonia móvel em 2013. A operação de US$ 130 bilhões, financiada por dinheiro e ações, foi um marco na trajetória das duas companhias, que formaram uma empresa conjunta durante 14 anos.
*Com informações da coluna Omelete, do UOL, e do Washington Post
Foto: Reprodução