Coreia do Norte garante que atingiu objetivo nuclear com míssil que pode chegar aos EUA

Ao menos um especialista indicou que a trajetória do míssil sugere que Pyongyang poderia ter a tecnologia para lançar um projétil a mais de 13.000 quilômetros, o que colocaria todas as cidades americanas ao seu alcance.

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Ao menos um especialista indicou que a trajetória do míssil sugere que Pyongyang poderia ter a tecnologia para lançar um projétil a mais de 13.000 quilômetros, o que colocaria todas as cidades americanas ao seu alcance. Da Redação* Fontes da Coreia do Norte afirmaram nesta quarta-feira (29) que o país alcançou o objetivo de se tornar um Estado nuclear, após testar um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM), que segundo Pyongyang pode atingir todo o território continental dos Estados Unidos. Em mensagem reproduzida pela TV estatal, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o teste com o míssil Hwasong-15 foi um sucesso. "Após assistir ao lançamento com sucesso do novo modelo de ICBM Hwasong-15, Kim Jong-un declarou com orgulho que agora finalmente realizamos a grande causa histórica de completar a força nuclear do Estado, a causa de construir uma potência de mísseis", disse um comunicado lido na TV. "A República Popular Democrática da Coreia é uma superpotência nuclear responsável e como nação pacificadora fará todo o possível para alcançar o objetivo nobre de defender a paz e a estabilidade do mundo", acrescentou a apresentadora da TV estatal norte-coreana KCTV, Ri Chun-hee. "O ICBM Hwasong-15 é um míssil balístico intercontinental com uma ogiva de grande tamanho capaz de atingir todo o território continental dos Estados Unidos", disse a agência de notícias norte-coreana KCNA. Muitos especialistas na área nuclear afirmam que a Coreia do Norte ainda precisa provar que dominou todas as barreiras técnicas, incluindo a capacidade de instalar uma pesada ogiva nuclear de maneira confiável em um ICBM, mas eles acreditam que isso ocorrerá em breve. "Não temos que gostar disso, mas vamos ter que aprender a conviver com a capacidade da Coreia do Norte de atingir os Estados Unidos com armas nucleares", disse Jeffrey Lewis, chefe do programa de não-proliferação para o leste asiático do Instituto Middlebury de Estudos Estratégicos. O míssil foi disparado na madrugada de quarta-feira (horário local) de Sain-ni, perto de Pyongyang. Segundo o Pentágono, o míssil balístico intercontinental (ICBM) teria voado 1.000 quilômetros antes de cair no Mar do Japão e não representou um risco para os Estados Unidos e para seus aliados. Já a agência de notícias sul-coreana Yonhap noticiou que o míssil foi lançado para o leste a partir da província de Pyongan Sul. "Às 13h30 (16h30 de Brasília) detectamos um provável disparo de míssil proveniente da Coreia do Norte", confirmou em Washington o porta-voz do Pentágono, o coronel Rob Manning. Ao menos um especialista indicou que a trajetória sugere que Pyongyang poderia ter a tecnologia para lançar um projétil a mais de 13.000 quilômetros, o que colocaria todas as cidades americanas ao seu alcance. Esforços diplomáticos O novo lançamento de míssil balístico por Pyongyang, depois de dois meses sem disparos, abala os esforços diplomáticos do presidente americano, Donald Trump, em sua recente viagem pela Ásia que, segundo ele, tinha como objetivo "unir o mundo contra a ameaça do regime norte-coreano". O novo disparo levou Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul a solicitarem uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, exortou Pyongyang a "desistir de tomar qualquer possível passo desestabilizador no futuro". Guterres qualificou o teste de "clara violação das resoluções do Conselho de Segurança" e que "revela a completa falta de respeito pela visão conjunta da comunidade internacional". O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega sul-coreano, Moon Jae-In, avaliaram que o novo míssil norte-coreano representa uma ameaça "para o mundo inteiro". "Os dois dirigentes destacaram a grave ameaça que a última provocação da Coreia do Norte deixa cair não apenas sobre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, mas também sobre o mundo inteiro", declarou a Casa Branca em referência a conversa telefônica entre os dois líderes. Mais cedo, o secretário americano de Defesa e chefe do Pentágono, general James Mattis, declarou que o teste realizado representava uma ameaça para o mundo inteiro. Este míssil alcançou a maior altura já registrada nos testes norte-coreanos e representa "uma ameaça para todo o mundo, francamente", declarou Mattis na Casa Branca. *Com informações do UOL Foto: Reprodução/Twitter