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Após o Reino Unido decidir sair da União Europeia nesta quinta-feira (23/06), líderes da extrema-direita nacionalista de França, Holanda, Itália e outros países também afirmaram que irão pedir referendos para deixar o bloco
Por Opera Mundi
Após o Reino Unido decidir sair da União Europeia nesta quinta-feira (23/06), líderes da extrema-direita nacionalista de França, Holanda, Itália e outros países também afirmaram que irão pedir referendos para deixar o bloco.
Na França, o partido Frente Nacional, comandado por Marine Le Pen, comemorou o “Brexit”. “Vitória da liberdade! Agora devemos realizar o mesmo referendo na França e em outros países da UE”, escreveu ela em sua conta do Twitter. A posição de Le Pen foi reforçada por outros membros de seu partido, que lançaram o termo “Frexit” (France exit ou saída da França).
Um levantamento divulgado no dia 7 de junho pelo centro de pesquisas Pew Global mostrou que apenas 38% dos franceses são favoráveis à União Europeia, o que reforça a posição de Le Pen, que pretende se candidatar à Presidência da França em 2017.
Na Holanda, Geert Wilders, líder do partido eurocético e anti-imigração PVV, disse que um referendo sobre a permanência de seu país no bloco será um dos pontos centrais de sua campanha para se tornar primeiro-ministro durante as eleições parlamentares holandesas do ano que vem. “Eu parabenizo os britânicos por vencerem a elite política tanto em Londres, quanto em Bruxelas, e acho que deveríamos fazer o mesmo. Nós deveríamos ter um referendo sobre um ‘Nexit’ (Netherlands exit) o mais cedo possível”, disse Wilders à Reuters nesta sexta-feira (24/06). A pesquisa da Pew Global mostrou, contudo, que, na Holanda, 51% da população é favorável à União Europeia. Em posição parecida, o partido populista italiano M5S (Movimento 5 Estrelas), que recentemente elegeu a primeira prefeita de Roma, afirmou que também pretende exigir um referendo. “O simples fato de que um país como o Reino Unido esteja realizando um referendo sobre ficar ou sair da União Europeia significa que a UE faliu”, disse o líder do M5S, Beppo Grillo, antes da votação. O presidente do partido de extrema-direita italiano Liga Norte, Matteo Salvini, comemorou o resultado do referendo britânico, agradecendo “a coragem dos cidadãos livres”. “Agora é nossa vez”, escreveu ele em sua conta doTwitter. Segundo a pesquisa da Pew Global, porém, 58% da população italiana ainda é favorável à União Europeia.Victoire de la liberté ! Comme je le demande depuis des années, il faut maintenant le même référendum en France et dans les pays de l'UE MLP
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) 24 de junho de 2016
Dinamarca Paralelamente, na Dinamarca, o partido populista e anti-imigaração Povo Dinamarquês (DF), aliado ao governo de direita do país, também disse que pedirá um referendo pela permanência ou saída da UE. “Eu acredito que os dinamarqueses obviamente deveriam ter um referendo para decidir se queremos seguir o Reino Unido ou manter as coisas do jeito que estão”, disse o líder do DF, Kristian Thulesen Dahl, à Reuters. Já na Áustria, o partido de extrema-direita da Liberdade (FPÖ) exigiu que os presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu renunciassem e afirmou que também poderá pedir um referendo na nação caso a UE não passe por reformas. “Brexit” O Reino Unido votou na quinta-feira pela saída do país da União Europeia. O resultado mostrou que 51% dos votos foram a favor da saída e 49% contra. Diante desse resultado, o primeiro-ministro britânico David Cameron renunciou ao cargo e a libra esterlina (moeda britânica) sofreu sua maior queda em 31 anos, chegando a perder 10% do valor frente ao dólar, puxando também o euro para baixo e provocando perdas nas principais bolsas europeias. Vários líderes internacionais lamentaram a decisão britânica e órgãos da EU afirmaram que não haverá renegociação para uma possível volta do Reino Unido ao bloco e pediram que o país agilize sua saída.Evviva il coraggio dei liberi cittadini! Cuore, testa e orgoglio battono bugie, minacce e ricatti. GRAZIE UK, ora tocca a noi. #Brexit
— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) 24 de junho de 2016