Integrantes de Tropas de Paz da ONU no Haiti trocaram ajuda por sexo, aponta investigação

Relatório a que teve acesso o jornal O Estado de S. Paulo releva que que pelo menos 225 mulheres podem ter sido exploradas sexualmente pelos soldados da entidade; um terço dos casos envolve abuso a menores de 18 anos

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Relatório a que teve acesso o jornal O Estado de S. Paulo releva que que pelo menos 225 mulheres podem ter sido exploradas sexualmente pelos soldados da entidade; um terço dos casos envolve abuso a menores de 18 anos  Por Redação Tropas de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti trocaram assistência, alimentos e remédios por sexo, revela um relatório de uma investigação interna da entidade sobre o país. A estimativa é de que pelo menos 225 mulheres tenham sido exploradas sexualmente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o documento, muitas das vítimas pediam por produtos e serviços básicos como alimentos, remédios, moradia e materiais para cuidar dos recém-nascidos. Em troca dos favores sexuais, recebiam "sapatos para ir à Igreja, celulares, computadores e perfumes, além de dinheiro", de acordo com a reportagem. O relatório ainda indica que um terço dos casos envolve abuso a menores de 18 anos.

A matéria do Estadão também informa que algumas das mulheres confiscavam as credenciais dos soldados, ameaçando expor sua identidade nas redes sociais, e que apenas sete dos 231 entrevistados pela auditoria tinham conhecimento de que a ONU proíbe a exploração sexual. Além disso, as pessoas ouvidas não sabiam da existência de uma linha telefônica para denúncia de situações como essa.

O relatório não informa o número de soldados envolvidos e suas nacionalidades, tampouco as datas em que as relações sexuais ocorreram.

A missão de Paz da ONU no Haiti foi autorizada em 2004 e, até o final do último mês de março, contava com 7 mil soldados. Desde fevereiro de 2014, as tropas são lideradas pelo general brasileiro José Luiz Jaborandy Junior. Em todo o mundo, a ONU afirma ter registrado 480 alegações de abusos sexuais cometidos por seus soldados entre 2008 e 2013.

(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)