De acordo com a sondagem, o Podemos lidera com 27,7% das intenções de voto. O governista PP de Mariano Rajoy tem 20,9% e os socialistas de Pedro Sánchez têm a preferência de 18,3% do eleitorado. A Espanha terá dois pleitos em 2015: os locais, em maio, e o geral, em novembro.
A pesquisa foi realizada no começo do mês, entre os dias 3 e 4, dias após a manifetação do Podemos que reuniu mais de 150 mil pessoas na Porta do Sol, em Madrid. Apesar disso, o partido perdeu cinco décimos desde a última sondagem.
Outro novato no cenário político espanhol, o partido de centro-esquerda Ciudadanos já se consolida como a quarta maior força no país, com 12,2%, quatro pontos a mais do que o verificado em janeiro. Grécia A vitória do partido de esquerda Syriza na Grécia no último mês deu um novo impulso aos movimentos progressistas na Europa. Na noite em que foi divulgado o resultado, o filósofo italiano Paolo Flores d’Arcais escreveu: “Hoje na Grécia, amanhã na Espanha, depois de amanhã na Itália.”No mesmo sentido, Pablo Iglesias afirmou que “2015 será o ano da mudança na Espanha e na Europa. Vamos começar pela Grécia.” Anuncia-se o fim da “era da austeridade” e um novo efeito dominó, inverso daquele que a Grécia abriu na zona euro em 2010.
Durante discurso na "Marcha da Mudança" - nome dado para o evento realizado no sábado (31/01), Iglesias, usou o exemplo da vitória da esquerda na Grécia para afirmar que leva "muito a sério os sonhos de recuperar o poder estatal de investimento". E acrescentou: "Quem dizia que não era possível? A Grécia como exemplo de mudança política na Europa. Sonhamos com um país melhor, mas não viemos à Porta do Sol para sonhar, e sim para fazer nossos sonhos virarem realidade", reafirmou.
A iniciativa tenta se organizar de maneira diferente dos partidos tradicionais, por meio de grupos de bairros, que são chamados de círculos. Cada círculo tem autonomia para discutir e executar ações dentro de sua região sem precisar da autorização de nenhum dirigente dentro do Podemos. Para o intelectual português Boaventura dos Santos, trata-se da "maior inovação política na Europa desde o fim da Guerra Fria e, ao contrário do Syriza e do BE [Bloco de Esquerda de Portugal], nele não são visíveis traços da Guerra Fria".
Contra o Podemos, no entanto, pesam críticas de que seu programa eleitoral não é baseado em propostas concretas e sim em “sonhos convertíveis em realidade”, baseados na recente experiência grega, como escreveu o jornal El País.
Foto: Clara Palma Herma/El Diario