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Intenção é abrir 40 salas em três anos para 'salvar vidas'; críticos argumentam que medida gera segregação e não resolve problema
Por Opera Mundi
São Paulo – Para proteger crianças vítimas de homofobia, um grupo de defesa dos direitos homossexuais anunciou a intenção de abrir, dentro de três anos, a primeira escola do Reino Unido para alunos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).
A inspiração vem do Harvey Milk School, de Nova York (EUA), criado em 1985 [na foto em destaque]. Os jovens preveem criar um centro com 40 classes permanentes em Manchester, norte da Inglaterra. A estimativa é que a iniciativa custe 63 mil libras (aproximadamente R$ 250 mil), de acordo com estudos do grupo.
Amelia Lee, diretora estratégica do grupo LGBT Youth North West, que pretende levar a cabo a iniciativa, justificou a medida como uma ação para “salvar vidas”, como afirmou ao jornal The Daily Telegraph.
De acordo com Lee, as leis atuais não servem para proteger as pessoas da homofobia e, nas escolas, os casos de bullying são “incrivelmente comuns”. Para ela, as escolas são "o último reduto da homofobia".
"Isto leva os jovens a se sentirem isolados e alienados, o que frequentemente desemboca em evasão escolar ou, no pior dos casos, em suicídios", disse Lee. Ela acrescentou ainda que "os professores nas escolas tradicionais têm problemas para tratar assuntos relacionados com o assédio e para abordar casos de estudantes que querem revelar sua condição sexual".
Já o deputado conservador e ex-ministro de Educação Tim Loughton criticou a ideia, em declarações ao mesmo jornal. Para ele, tal escola poderia instaurar uma segregação no sistema educacional britânico.
"Precisamos fazer muito mais para combater o assédio homofóbico e criar uma sociedade mais tolerante. Não acho que a segregação de um grupo de jovens por sua sexualidade possa ajudar a gerar entendimento e colaboração", opinou o político.