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Países que participaram na invasão ao Iraque em 2003 – guerra que formou as bases para o Estado Islâmico – estão novamente se unindo aos EUA em mais uma ofensiva no Iraque. Outros aliados norte-americanos na região que por anos financiaram o grupo "jihadista" também prometem apoio
Por Vinicius Gomes
Os países que participaram da Conferência Internacional para a Paz e Segurança no Iraque comprometeram-se à "destruição" do Estado Islâmico (também chamado de Isis). De acordo com a declaração final divulgada ontem (15), o apoio se dará "pelos meios necessários o novo governo iraquiano na sua luta contra o Estado Islâmico, incluindo ajuda militar apropriada”, que corresponda “às necessidades expressas pelas autoridades iraquianas” e assegure o “respeito pelo direito internacional e pela segurança das populações civis”.
Na abertura da conferência, os presidentes da França, François Hollande, e do Iraque, Fuad Massum, pediram o empenho internacional na luta. Os EUA – que têm realizado há mais de um mês inúmeros ataques aéreos no país – afirmam que mais de 40 países se ofereceram para ajudar contra o "movimento jihadista transnacional" do Estado Islâmico. O presidente iraquiano, por sua vez, afirmou que "esses criminosos são especialistas em lavagem cerebral de jovens", pois utilizam de tecnologia moderna para espalhar a propaganda em redes sociais e internet.
Nenhum representante mencionou a participação de lobistas norte-americanos ligados à indústria armamentista em canais de televisão dos EUA apoiando não só os bombardeios, mas também o envio de soldados para o país.
As autoridades dos países presentes na conferência – muitos deles os mesmos que apoiaram a invasão ao Iraque em 2003, que foi a grande responsável pelo próprio surgimento do Estado Islâmico – ressaltaram a necessidade impedir o recrutamento e o financiamento dos "jihadistas", dizendo-se dispostos a todas “as medidas necessárias para que produzam todos os seus efeitos”.
Durante as reuniões, não houve qualquer menção, pelo menos publicamente, de ataque às posições do Isis na Síria, tampouco à participação da Arábia Saudita, Qatar, Kuwait e outros países do Golfo Pérsico (que estão na lista dos 40 países que ajudarão os EUA) no financiamento do Estado Islâmico para lutar contra o presidente Bashir al-Assad.
Foto de Capa: Reprodução