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Doença causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade que chega aos 90%. Esta é a primeira vez que é identificada uma epidemia na África Ocidental, as anteriores foram na zona central do continente
Por Agência Brasil/Lusa
Os casos de febre hemorrágica causada pelo vírus Ebola subiram para 1323, totalizando 729 mortes em quatro países, Guiné-Conacry, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, com 57 óbitos em apenas quatro dias, anunciou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre os dias 24 e 27 de julho, um total de 122 novos casos (confirmados em laboratório, casos prováveis e suspeitos) da febre hemorrágica causada pelo vírus Ebola, assim como 57 mortes foram notificados na Guiné-Conacry, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, informou ainda a OMS na sua página na Internet.
A Guiné-Conacry já registou 460 casos (336 confirmados, 109 prováveis, 15 suspeitos) e 339 mortes, enquanto a Libéria notificou 329 casos (100 confirmados, 128 prováveis, 101 suspeitos) e 156 mortes.
A Nigéria apresentou somente um caso (caso de provável morte pela doença, ainda por confirmar) até ao momento, e a Serra Leoa registou 533 casos (473 confirmados, 38 prováveis e 22 suspeitos), incluindo 233 mortes. A OMS advertiu que a epidemia nestes países continua a espalhar-se entre a comunidade e agora também afeta os profissionais de saúde.
O diretor-geral da OMS e outros responsáveis do organismo continuam a manter discussões com os doadores, parceiros do desenvolvimento e organizações internacionais para acelerar a resposta ao atual surto de Ebola, segundo aquela agência das Nações Unidas.
O foco da discussão, segundo a OMS, está centrada na necessidade de implementar rapidamente recursos humanos e financeiros adicionais que ajudem a travar a transmissão e, consequentemente, o surto da doença.
Medidas estão em andamento nos quatro países, com o objetivo de reforçar todos os aspetos de resposta ao surto da doença, como investigações epidemiológicas, rastreamento da infeção, informação pública e mobilização da comunidade, gestão de casos, prevenção e controle de infecção, coordenação e segurança do pessoal.
A OMS e seus parceiros, como o Instituto Pasteur e outros, continuam a trabalhar com o centro de coordenação sub-regional para o surto do Ebola (SEOCC), em Conacry, para acelerar o controlo da epidemia. A OMS continua a não recomendar as restrições de viagens e comércio aos quatro países afetados pela epidemia.
A comunidade internacional já começa a preocupar-se com a extensão do surto de Ebola, como um perigo real, e o governo britânico já realizou na quarta-feira uma reunião de emergência para avaliar a ameaça.
A doença – que se transmite por contato direto com sangue e fluídos corporais de pessoas ou animais infetados – causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade que chega aos 90%. Esta é a primeira vez que se identifica e confirma-se uma epidemia de Ebola na África Ocidental, pois até agora sempre aconteceram na África Central.
Depois de algumas companhias aéreas suspenderem os seus voos para os países atingidos pelo surto de Ebola, a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) e a OMS estão a considerar propor uma revisão das disposições relativas à inspeção/controlo de passageiros, divulgou hoje a OACI. A OMS examina estas medidas e também pretende solicitar contribuições da Organização Mundial do Turismo (OMT) e do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI)".
Foto: https://www.flickr.com/photos/69583224@N05/