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Abaixo-assinado em apoio ao ex-analista da NSA já conta com mais de 80 mil assinaturas
Por Leandro Melito, na EBC
Com a proximidade de completar um ano do asilo temporário de Edward Snowden na Rússia, que vence no dia 31 de julho, organizações da sociedade civil ligadas ao direito à informação movimentam uma campanha para que o ex-analista de informática da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos receba asilo político do Brasil.
Nesta quarta-feira (16), uma carta assinada por mais de 50 organizações da sociedade civil e entidades de classe nacionais e estrangeiras será entregue no Ministério da Justiça em Brasília. Na carta, os ativistas argumentam que o Brasil foi o principal beneficiado com as revelações feitas por Snowden sobre a espionagem praticada pelo governo dos Estados Unidos a outros chefes de Estado, entre eles a presidente Dilma Rousseff.
“O Brasil foi o que mais se beneficiou das revelações de Snowden, que denunciaram a estratégia de espionagem cibernética realizada pela Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana sobre dados sigilosos e privados de outros países. Dentre os quais, dados da própria presidenta e da empresa estatal Petrobras”, diz o texto.
Histórico
Acusado de traição e espionagem pelos Estados Unidos, Snowden obteve em 1º de agosto de 2013 asilo temporário na Rússia pelo prazo de 12 meses. O ex-analista de informática revelou uma série de programas de espionagem em massa da NSA, que tinha como foco cidadãos, países aliados e organizações nacionais e estrangeiras. Com a proximidade da data de vencimento do asilo temporário, Snowden solicitou formalmente a prorrogação do pedido ao governo russo.
Desde que conseguiu o asilo temporário na Rússia, o ex-funcionário da NSA busca asilo permanente em outros países, como Equador (que abriga em sua embaixada em Londres o fundador do site wikileaks Julian Assange há dois anos) e o Brasil. Em uma entrevista exclusiva à Globo em junho deste ano, o ativista disse que formalizou o pedido ao país e declarou que "adoraria viver no Brasil", mas o chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo alegou que o Ministério das Relações Exteriores não recebeu o pedido.
"Meu asilo aqui [na Rússia] vence no começo de agosto. Se o Brasil ofecer [asilo] estarei feliz de aceitá-lo.(...). Adoraria viver no Brasil. Quando estava no aeroporto mandei um pedido a vários países. Brasil foi um deles, um pedido formal", afirmou à rede de televisão. Desde dezembro de 2013, uma campanha na internet arrecada assinaturas para a concessão de asilo de Snowden ao país e já conta com mais de 80 mil assinaturas.