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Fundador de partido de extrema-direita na França, Jean-Marie Le Pen afirma que o vírus mortal pode ser a resposta para o perigo dos franceses serem substituídos por imigrantes
Por Vinicius Gomes
Jean-Marie Le Pen, 85, fundador do partido de extrema-direita Frente Nacional e pai da atual líder da legenda, Marine Le Pen, declarou esta semana que um dos vírus mais letais do mundo, o ebola, pode ser a solução para aliviar a pressão migratória da França.
Em uma conversa ouvida por jornalistas da agência France Presse, que acompanhavam os bastidores de um comício em Marselha, o patriarca aludiu à “explosão demográfica” que, segundo ele, coloca a França em risco de ser “substituída por imigrantes”. “O Sr. Ebola poderia resolver isso em três meses”, disse Le Pen e, mesmo diante da indignação e repulsa que suas palavras causaram, o candidato defendeu que apenas fez suas “observações”, sugerindo que estava mencionando um fato histórico.
No entanto, se para o Le Pen o problema consiste em “explosão demográfica” e a “pressão migratória”, para as vítimas do ebola talvez o principal seja evitar o contágio pelo vírus que possui um índice de mortalidade que varia entre 25% a 90%.
A contaminação leva a uma febre hemorrágica, causando enorme dor muscular, fraqueza, vômitos, diarreias e em muitos casos levam à morte. É um dos fins mais terríveis de se ter e seu poder de contaminação é tão grande que os corpos costumam ser incinerados após a morte do paciente.
Em 2002, Le Pen chegou ao segundo turno nas eleições presidenciais, mas perdeu para o então chefe de Estado Jacques Chirac. Conhecido por declarações racistas, antissemitas e de incitação ao ódio, em 1987 ele já havia apoiado o isolamento forçado de portadores do vírus HIV e, em 1996, criticou a seleção nacional de futebol por ter muitos jogadores de diferentes etnias.
Le Pen é um dos candidatos do partido ao Parlamento Europeu, no pleito marcado para esse domingo (25).