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A situação na Ucrânia permanece agitada. Nesta segunda-feira manifestantes pró-russos ocuparam os edifícios governamentais em Donetsk para declarar independência. Em Kiev, os neonazis do Setor Direito ocuparam o Supremo Tribunal e querem afastar os juízes ligados ao governo anterior
Por Esquerda.net
Cerca de cem militantes do Setor Direito, a milícia neonazi que participou nos protestos da Maidan, ocuparam o Supremo Tribunal ucraniano, controlando as entradas e saídas dos juízes e bloqueando as entradas com barricadas feitas com pneus de automóveis. Alguns dos juízes tentaram escapar pela porta das traseiras, mas outros, como o ex-ministro da Justiça Oleksandr Lavrynovych, foram apanhados, insultados e agredidos pelos neonazis, que defendem o afastamento de todas as figuras ligadas ao governo de Viktor Yanukovich.
[caption id="attachment_44816" align="alignright" width="300"] Milícia neonazi ocupou o Supremo Tribunal e ameaçou os juízes esta segunda-feira em Kiev (Esquerda.net)[/caption]
Segundo o portal Russia Today, o sentimento pró-russo no Leste da Ucrânia saiu reforçado com a manifestação em Donetsk contra o novo governo de Kiev. Um protesto que decorreu de forma pacífica e que acabou com a tomada de edifícios-chave da administração, como o quartel das forças de segurança, que apesar das ameaças vindas de Kiev, não tiveram qualquer intervenção para contrariar os manifestantes.
Mais uma vez foram erguidas barricadas à volta dos edifícios e um plenário dos deputados da região de Donetsk teve lugar no átrio do edifício Conselho Regional, onde foi unanimemente aprovada a declaração para a formação de um novo estado, a República Popular de Donetsk.
Os separatistas querem realizar um referendo nas regiões do sudeste ucraniano no dia 11 de maio e pediram a Moscou que envie tropas para manter a paz na região. Os protestos pela federalização da Ucrânia tiveram lugar noutras cidades como Lugansk, onde foi tomada a sede dos serviços de segurança e apreendido todo o armamento armazenado, ou Kharkov, onde os manifestantes também elegeram como alvo os edifícios do poder político e dos serviços de segurança.