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Em San Diego, ativistas acusam a Patrulha de Fronteiras de usar atividade de paintball para estimular a violência em uma área na qual muitos imigrantes já foram mortos
Por Rebecca Leber, em Think Progress | Tradução: Vinicius Gomes
Fotografias controversas de um recente evento da Patrulha de Fronteiras entre EUA e México mostram oficiais norte-americanos ensinando crianças a mirar e atirar uma arma de paintball em um alvo com formato humano. Ativistas de imigração acusaram a patrulha de usar essa atividade para encorajar crianças a atirar em pessoas em uma área na qual imigrantes já foram mortos.
[caption id="attachment_41727" align="alignleft" width="300"] Desde 2010, a Patrulha matou mais de 20 pessoas[/caption]
“O alvo está vestido de maneira a se assemelhar a um imigrante e está a menos de 100 passos da Virginia Avenue, onde pessoas foram mortas a tiros pela Patrulha de Fronteiras”, disse Pedro Rios, do Consórcio para Direitos dos Imigrantes. “Ao mesmo tempo em que encorajar crianças a usar armas para atirar em modelos de imigrantes é inconcebível, é também simbólico à cultura da agência de violência sem controle, que cresceu muito com sua falta de prestação contas, supervisão e padrões não-profissionais que deveria ser censurados por agências envolvidas em situações que são necessárias no uso da força”.
A Patrulha de Fronteira alega que é uma prática “padrão” o uso de alvos vestindo jeans e camiseta. E nega que o alvo era para se parecer especificamente como um imigrante, alegando que a “atividade era para criar a consciência sobre as ferramentas usadas na aplicação da lei em algumas situações violentas sem usar de força letal”.
“As fotos em questão são de uma atividade em um evento que permitiu a membros da comunidade usar um sistema de lançamento de bola de pimenta que foi carregada com “balas ocas” – contendo uma substância similar a um talco de bebê – a fim de permitir visualizar aonde o tiro pegou”, disse um porta-voz. “O alvo é uma prática padrão usada por agências da lei e até amadores ao redor dos EUA e, estar vestido de jeans e camiseta, é também um padrão quando se conduz exercícios e demonstrações”.
Ativistas locais mantêm a versão de que a atividade era insensível, especialmente em uma época que a Patrulha de Fronteira está sob investigação devido ao uso de força letal. Desde 2010, a Patrulha matou mais de 20 pessoas. Há exatamente um ano, uma delas foi um adolescente mexicano de 16 anos que estava atirando pedras na cerca que separa os dois países. Atualmente, a Proteção de Fronteira e a Alfândega se recusam a conter o uso de força letal contra atiradores de pedras, desafiando recomendações para assim fazê-lo.