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Presidente Blaise Compaoré renunciou após quase três décadas de governo, sob pressão de violentos protestos nas ruas contra sua tentativa de permanecer por mais tempo no cargo
Por Redação*
Após a queda do presidente Blaise Compaoré, que fugiu para a Costa do Marfim, o Exército designou neste sábado (1º) o tenente-coronel Isaac Zida para dirigir a transição do país. "A forma e a duração do período de transição serão determinados posteriormente, em um acordo com as autoridades que governam a vida nacional", afirmou o comunicado divulgado após uma reunião de comandantes do Estado-Maior.
Compaoré renunciou na sexta-feira após 27 anos no poder, sob pressão de violentos protestos nas ruas contra sua tentativa de permanecer no cargo por mais um ano. Na última semana, o país entrou em estado de emergência e teve o Parlamento dissolvido para tentar controlar os manifestantes, que puseram fogo na sede do Legislativo e em edifícios governamentais. Localizado no oeste da África, Burkina Faso se tornou independente da França em 1960.
O país sofreu diversos golpes militares nos anos 1970 e 1980 - um deles, em 1987, permitiu a ascensão ao poder de Compaoré. Ele venceu as quatro eleições realizadas desde então, mas estava impedido de participar das próximas, de acordo com as leis do país.
Burkina Faso é um dos países mais pobres do mundo e ocupa a 181ª posição no ranking de Desenvolvimento Humano da ONU. Analistas acreditam que a renúncia de Compaoré deve repercutir em toda a África, onde diversos chefes de Estado têm tentado ou conseguido prolongar seus mandatos.
* Com informações da BBC Brasil
Foto de capa: Reprodução / YouTube