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Após ato de terrorismo que matou um adolescente, campanha de protestos contra violência utilizando "selfies" tomam as redes sociais no Líbano
Por Vinicius Gomes
[caption id="attachment_38927" align="alignleft" width="300"] Mohammad Chaar, 16 anos, momentos antes da explosão que o matou. Foto: beirut.com[/caption]
Há dez dias, um carro-bomba explodiu em Beirute, no Líbano, matando o político sunita de oposição Mohammad Chatah, antigo ministro das Finanças e embaixador nos EUA. Outras quatro pessoas também morreram com a explosão. Entretanto, enquanto a imprensa internacional focava na morte de Chatah – considerado um potencial futuro primeiro-ministro – as redes sociais prestavam atenção na morte de outra pessoa, o adolescente de 16 anos, Mohammad Chaar. O grande motivo? Mohammad Chaar estava com alguns amigos tirando uma “selfie”, quando de repente, a bomba explodiu.
A horrível noção de que em um segundo você pode estar com seus amigos se divertindo e no outro morrer por conta de um atentado foi perfeitamente capturada pela “selfie” de Chaar e seus amigos. Logo após a explosão, uma página no Facebook, chamada de “Eu não sou um mártir”, foi ao ar, e uma conta no Twitter aberta com a hashtag #notamartyr.
Logo, uma campanha encorajando as pessoas a postarem “selfies” com uma mensagem de protesto foi criada, em referência àquela que foi chamada de a “mais trágica selfie de 2013”. O uso da hashtag “não sou um mártir” é significativo, uma vez que todo homem-bomba se classifica como mártir ao levar a cabo sua missão de se matar e matar o máximo de pessoas possíveis. Os organizadores dizem que a campanha deu certo porque o povo libanês, cansado da impotência diante da violência sem sentido, queria uma maneira de desabafar seu sentimentos.
Para checar algumas "selfies" da campanha, clique aqui