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Relatório da Unesco indica que, apesar de avanços, ainda há áreas muito deficientes; analfabetismo entre adultos é um dos maiores problemas
Por Redação
[caption id="attachment_40916" align="alignleft" width="288"] Das 127 nações analisadas pelo relatório, apenas 26 tem 97% ou mais de seus adultos alfabetizados (Foto: Wikipedia)[/caption]
Os países não atingirão metas estabelecidas em 2000 para melhorar a educação até 2015. Essa é a conclusão de um relatório divulgado nesta quarta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
O documento, batizado de “Educação para todos em 2015, um objetivo acessível?”, mapeou a situação de 150 países, inclusive a do Brasil. A análise levou em consideração os seis objetivos estipulados pelo Marco de Ação de Dacar, elaborado em 2000 durante o Fórum Mundial de Educação no Senegal. São eles: a expansão dos cuidados e educação na primeira infância, universalização do ensino primário, atenção às necessidades de aprendizagem de jovens e adultos, redução do analfabetismo em 50%, paridade entre gêneros e a elevação da qualidade da educação em geral. À época, 164 governos , 35 instituições internacionais e 127 organizações não governamentais (ONGs) se comprometeram a destinar recursos e esforços para cumprir as 6 metas até a data limite de 2015.
Segundo a Unesco, avanços significativos foram observados desde nos últimos anos, como, por exemplo, a evolução da igualdade entre gêneros no primeiro nível do ensino secundário, atingida por 70% dos países analisados. Em contrapartida, vários outros aspectos foram negligenciados, com destaque para o analfabetismo entre adultos. Das 127 nações que dispunham de dados suficientes para análise (ou seja, medidas convencionais de alfabetização, como a auto-declaração sobre capacidade de ler ou escrever), apenas 26 apresentam taxa universal (igual ou maior do que 97%). As que têm chance de chegar a esse nível até 2015 são apenas 30. O restante está em risco de não alcançar (28) – aqui se inclui o Brasil –, tem poucas chances de alcançar (18) ou corre sério risco de não alcançar (25), contabilizando um total de 71 países longe da meta.
O relatório ressalta que as tendências são positivas, mas que, para serem aproveitadas, o processo de evolução precisa ser acelerado. Isso seria possível se governos, organizações da sociedade civil, agências internacionais e doadores unissem esforços no sentido de cumprir uma agenda de políticas proposta pelo documento. A intenção é evitar que a busca pela “educação para todos” (EPT) perca fôlego frente a outras necessidades igualmente importantes. “Todos os interessados devem garantir que o objetivo seja mantido como prioridade na agenda global, mesmo confrontando questões globais emergentes, tais como a mudança climática e a saúde pública”, sugere o texto.