Observatório de Direitos Humanos e ativistas falam "em dezenas de mortes"; Damasco nega o uso de gás sarin
Do Opera Mundi
A oposição síria lançou um alerta na manhã desta quarta-feira, 21, denunciando a morte de pelo menos mil pessoas após um ataque com armas químicas na região suburbana de Damasco. A denúncia foi feita no mesmo dia que a comissão de Direitos Humanos da ONU visita o país. Não há confirmação oficial do incidente e o governo nega a utilização do gás sarin.
[caption id="attachment_29412" align="aligncenter" width="600"] Imagens divulgadas no Twitter das principais organizações internacionais mostram corpos estendidos no chão: suposto ataque com armas químicas (Foto: Reprodução / Twitter / @elmundo)[/caption]Ahmed Yarba, o presidente da Coalizão Nacional Síria, braço importante da oposição, pediu em comunicado enviado ao Conselho de Segurança da ONU que o órgão se reúna imediatamente e "assuma sua responsabilidade diante do crime que o presidente Bashar al Assad perpetrou contra a humanidade com o uso de armas químicas em Guta Oriental".
O Observatório de Direitos Humanos sírio também confirmou a morte de "dezenas de pessoas". Ativistas sírios e a comunidade internacional reproduziram maciçamente a informação da morte de crianças e adolescentes vítimas de gás letal, aumentando a tensão contra Assad.
As agências Al Arabiya English, Agence France-Presse, Agência Efe e The Associated Press foram as primeiras a divulgar a notícia. O primeiro informe dava conta da morte de pelo menos 200 pessoas. Horas depois (por volta das 8:10 horário de Brasília), a Al Arabiya, citando porta-vozes do Exército Livre da Síria, noticiou que 1.188 pessoas morreram vítimas de arma química.
Segundo informações da Agência Efe, uma fonte do serviço de segurança sírio disse que as autoridades locais lançaram hoje (21) uma operação contra as fortificações rebeldes na periferia de Damasco, apoiada por aviões e plataforma de lançamento de foguetes, sem o uso de armamento químico. "Fizemos grandes avanços em Yobar, Zamalka, Guta e Muadamiya, que estão sob o maior ataque desde o começo do conflito há dois anos", disse a fonte.
Os opositores prometem uma entrevista coletiva para as próximas horas para esclarecer o alerta lançado na manhã de hoje. Em maio, a comissária da Comissão Internacional de Inquérito da ONU para a Síria, Carla del Ponte, afirmou ter “fortes evidências de que a oposição usou armas químicas”, e não o governo.