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Manifestantes acusam a Irmandade Muçulmana de roubar a revolução com o decreto que determina que as decisões de Mohamed Morsi não são passíveis de recurso
Por Esquerda.net
Dezenas de milhares de pessoas ocuparam a praça Tahrir, no centro do Cairo, acusando o presidente Mohamed Morsi de estar traindo os princípios da revolução que levou ao derrube do regime de Hosni Mubarak.
Os manifestantes denunciam o decreto anunciado por Morsi na última quinta-feira que determina que as suas decisões não são passíveis de recurso, o que, efetivamente, o coloca acima de qualquer supervisão judicial. Com isto, o presidente passou a ser acusado de querer assumir poderes ditatoriais. "A Irmandade Muçulmana roubou a revolução", afirmava uma cartaz empunhado pelos manifestantes, referindo-se ao partido de Morsi.
Encontro com o Judiciário falhou
Na segunda-feira, Morsi reuniu-se com representantes do Judiciário numa tentativa de controlar a crise. Depois da reunião, um porta-voz informou que o presidente tinha concordado que apenas decisões relacionadas a assuntos soberanos do país seriam protegidas contra questionamentos judiciais.
Mas juízes presentes à reunião afirmaram que a crise não terminou. "O encontro falhou", disse o juiz Abdel Rahman Bahlul ao jornal independente Al-Masry Al-Youm. Uma fonte do Judiciário afirmou que, mesmo se a imunidade fosse limitada aos poderes soberanos, "ainda há preocupações pelo facto de o texto permanecer inalterado".
A Irmandade Muçulmana chegou a convocar uma manifestação a favor de Morsi, mas cancelou-a “para evitar potenciais conflitos”.