Mais dez palestinos mortos em novos ataques israelenses

O terror continua e Israel retomou, ao início da madrugada, os ataques à Faixa de Gaza. Ataques da aviação israelense provocaram dez mortos, um dos quais uma criança de cinco anos

Na madrugada desta segunda-feira, a aviação israelense atacou bairros palestinos na Faixa de Gaza. Foto Oliver Weikwn/EPA/LUSA
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O terror continua e Israel retomou, ao início da madrugada, os ataques à Faixa de Gaza. Ataques da aviação israelense provocaram dez mortos, um dos quais uma criança de cinco anos Por Esquerda.net. O número das mortes do ataque a Gaza desta madrugada pode ser ainda maior, de acordo com fontes médicas palestinas citadas pela France Presse. A agência internacional dá ainda conta de bombardeios da marinha israelense na última noite, algo também confirmado pelo correspondente da AFP, citado pela TSF. Além do ataque aéreo contra o bairro de Zeitun, a aviação israelense também destruiu instalações da polícia da cidade de Gaza por via de um ataque lançado às primeiras horas da madrugada desta segunda-feira. O reinício da ofensiva acontece depois do domingo ter terminado com o balanço mais sangrento desde o início dos ataques, com a morte de 31 palestinos, incluindo mulheres e crianças. [caption id="attachment_19855" align="alignright" width="300"] Na madrugada desta segunda-feira, a aviação israelense atacou bairros palestinos na Faixa de Gaza. Foto Oliver Weikwn/EPA/LUSA[/caption] Desde o arranque, na quarta-feira, da ofensiva israelense contra Gaza, iniciada com um ataque aéreo que matou o chefe das operações militares do Hamas, Ahmad Jaabari, 83 pessoas morreram, incluindo 80 palestinos, a maioria dos quais civis, e três civis israelenses. Entre as vítimas mortais de domingo, 11 pessoas, incluindo quatro mulheres e cinco crianças, e nove membros de uma mesma família foram mortas num ataque aéreo que destruiu um prédio de três andares no bairro de Nasser (norte) na cidade de Gaza. “O massacre da família Dallou não ficará impune”, advertiram as Brigadas Ezzedine al-Qassam, o braço armado do Hamas, movimento islâmico palestino no poder na Faixa de Gaza. Do lado israelense, pelo quarto dia consecutivo, soaram sirenes de alerta em Telaviv, com a polícia anunciando que dois mísseis foram interceptados pelo sistema antimíssil "Iron Dome". Pelo menos 846 mísseis foram disparados desde quarta-feira contra Israel, dos quais 302 foram interceptados pelo sistema "Iron Dome", segundo dados tornados públicos no domingo pelo exército israelense, que anunciou ter mobilizado milhares de reservas e implantado veículos blindados junto à Faixa de Gaza. Ban Ki-moon apela ao cessar-fogo imediato em Gaza O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, antes de viajar até ao Cairo para participar em negociações com vista a uma trégua entre Israel e os militantes do Hamas. “Apelo fortemente à cooperação de todos com os esforços conduzidos pelo Egito no sentido do estabelecimento de um cessar-fogo imediato”, sublinhou Ban Ki-moon, num comunicado em que lamentava as mortes resultantes das bombas sobre Gaza e também o fogo contínuo do Hamas sobre as cidades israelenses. Um representante palestino nas conversações, Nabil Shaath, admitiu progressos mas disse que ainda não se pode falar em acordo. “Não devemos esperar uma trégua nos próximos dias”, referiu, acusando Israel de “tentar impor os seus próprios termos, ignorando as reivindicações do Hamas e de outras fações palestinas”. As exigências de cada lado parecem, para já, irreconciliáveis. Segundo aponta a imprensa internacional, o Hamas quer o levantamento do bloqueio a Gaza e o fim da campanha de assassinatos seletivos de líderes militantes. Mas Israel insiste que as mortes são uma resposta aos ataques vindos de Gaza e não promete acabar com a sua campanha, de acordo com o jornal digital Ynet. As condições de Israel apontam para o fim do fogo de mísseis e ataques contra soldados na fronteira, e para um acordo com um período mínimo de 15 anos de vigência. Também a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, disse, esta segunda-feira, em Bruxelas, que a violência na faixa de Gaza demonstra a necessidade de se encontrar "uma solução sustentável a longo prazo", de dois Estados, que leve a paz à região.