Nos quatro departamentos localizados nas terras baixas, que conformavam a meia-lua ? Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando ? empresas de pesquisa coincidem em dar a vitória à oposição nos três primeiros.
Por Vinicius Mansur, de La Paz
Após a contundente vitória em dezembro de 2009, que deu a reeleição a Evo Morales com 64% dos votos, os bolivianos voltaram às urnas neste domingo (4) para as eleições regionais que colocariam a prova a hegemonia do Movimento ao Socialismo – Instrumento para a Soberania dos Povos (MAS-IPSP), partido do presidente.
Porém, os masistas, que anunciavam o fim da meia-lua – forma como se intitulava a oposição regional à Morales, que dominava quatro departamentos – e o início da “lua cheia”, não alcançaram tamanha vitória.
Com os números oficiais do Órgão Eleitoral Plurinacional ainda não fechados, as três maiores empresas de pesquisa indicam que o MAS-IPSP tem vitória assegurada em cinco dos nove departamentos: La Paz, Oruro, Potosí, Chuquisaca e Cochabamba. Nos quatro departamentos localizados nas terras baixas, que conformavam a meia-lua – Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando – as empresas de pesquisa coincidem em dar a vitória à oposição nos três primeiros. Porém, em Pando há uma divergência: as empresas Equipos Mori e Captura Consulting apontam um triunfo dos oposicionistas, enquanto a empresa Equipos Mori indica a vitória do MAS-IPSP por apenas 1,9% de vantagem.
Contudo, a prova de que o partido oficialista não goza de completa hegemonia na Bolívia estão nos resultados das principais prefeituras do país. Das nove capitais departamentais mais El Alto (terceiro colégio eleitoral boliviano), o MAS-IPSP poderá ganhar no máximo em três: Cobija, capital de Pando, El Alto, município conurbado com La Paz, e Cochabamba, capital do departamento de mesmo nome. Porém, nesta última cidade, os órgãos de pesquisa divergem entre a vitória Artur Murillo (Unidade Nacional – UN) ou de Edwin Castellanos (MAS-IPSP).
Ao total, os bolivianos elegeram 337 prefeitos nestas eleições, além de assembleístas departamentais (deputados estaduais) e conselheiros municipais (vereadores). Apesar da baixa cobertura dos órgãos de pesquisa na grande parte dos municípios, em sua maioria rurais, os dois analistas políticos entrevistados pelo Brasil de Fato, Eduardo Paz e Pablo Stefanoni, apontam que o MAS-IPSP levará mais da metade das prefeituras dos pequenos municípios, além de ampliar significativamente sua presença nos poderes legislativos locais.
Com informações da Agência Brasil de Fato.