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Outro tratado de livre-comércio pode representar aumento da pobreza e aprofundamento da crise global
Por Adital
Nos dias 19 e 20 de maio, entidades e organizações da América Central e da América Latina estiveram reunidas na cidade de Manágua (Nicarágua) na oitava roda de negociações do Acordo de Associação (ADA) entre América Central e União Europeia. Na ocasião, os participantes decidiram continuar a luta contra a ADA, que deverá ter a última roda de negociação em julho, na cidade de Bruxelas (Bélgica).
De acordo com comunicado enviado pela Via Camponesa, os movimentos sociais consideram que o ADA é outro Tratado de Livre Comércio (TLC) e que, como tal, "representa o aumento da pobreza, o aprofundamento da crise global, a privatização dos serviços públicos, a redução da capacidade dos estados de promover e desenvolver políticas públicas".
Dessa forma, os participantes do encontro pedem a suspensão imediata das negociações do Acordo para, assim, garantir um processo de negociação a partir de diálogos multisetoriais, que permita debater sobre um novo tipo de acordo com a União Europeia.
Além disso, demandam um processo de negociação com novas proposições, nas quais sejam mais importantes "impulsionar a integração regional como um instrumento para o desenvolvimento dos povos, promover ajuda estrangeira que não violente o direitos das e dos trabalhadores (as) operários, camponeses, indígenas e finalmente conquistar relações comerciais entre ambas as regiões com um reconhecimento efetivo das assimetrias", destaca.
Os movimentos sociais acreditam que o Acordo de Associação é semelhante ao TLC, que tem como principal elemento o comércio e não valorização humana. Assim, pretendem ainda realizar uma campanha de conscientização sobre os problemas que poderão ser gerados com a assinatura do ADA e formar uma corrente popular da América Central que promova valores como solidariedade, respeito, liberdade e soberania dos povos.
Entre as várias deliberações do encontro está a formação de uma comissão que ficará encarregada de desenvolver programas, preparar as propostas, e dar prosseguimento a uma campanha mais direta e incisiva que pedirá a paralisação toda da assinatura do Acordo.
"Os movimentos sociais centro-americanos vão contra um acordo cujo principal componente é o comercial em detrimento da parte humana", descreve documento da imprensa Via Campesina.
Com informações da Adital.