Dada a largada para as eleições 2018: veja quem são os candidatos à presidência e seus vices

Neste ano 13 candidatos disputam a presidência da República. Lula, líder em todas as pesquisas de intenção de votos, poderá ser substituído por Fernando Haddad

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Os partidos definiram até o último domingo (5) os candidatos à Presidência da República e as alianças com outras legendas. O prazo para registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) das chapas definidas é o próximo dia 15. A maior expectativa estava em torno do nome do vice do ex-presidente Lula. Depois de negociações do final de semana passado, a legenda construiu uma aliança com o PCdoB, indicando o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como o vice de Lula. Se a candidatura de Lula não for efetivada, Haddad entra definitivamente na disputa, com Manuela D’Ávila de vice. Na quinta-feira (10), o Brasil pode conhecer oito dos presidenciáveis: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Lula e Haddad foram proibidos de participar do encontro. O ex-prefeito junto com Gleisi Hoffmann, Manuela e o ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli realizaram um debate paralelo, que alcançou pelo menos 2 milhões de internautas. Para o jornalista Renato Rovai, Lula, da prisão, foi o grande vencedor do debate da Band. Já nos estúdios da TV Bandeirantes, o telespectador pode ver, à exceção de Guilherme Boulos e Ciro Gomes, “cinquenta tons de Temer”, citando expressão usada pelo psolista, que virou meme. [caption id="attachment_138193" align="aligncenter" width="500"] Fala de Guilherme Boulos no debate virou meme nas redes sociais (Reprodução)[/caption] Alckmin, Álvaro Dias, Meirelles e Marina não criticaram retrocessos do governo Temer, nem tocaram em temas sensíveis. Boulos começou o encontro já denunciando a ausência do petista. "O presidente Lula deveria estar aqui, no debate da Band, e não preso injustamente em Curitiba, enquanto o Temer está solto em Brasília!" Quem se destacou mesmo foram Jair Bolsonaro e seu “linha-auxiliar” Cabo Daciolo. Os dois ex-militares, conservadores e antiesquerda compartilham do mesmo hábito de falar pérolas. Ao final do encontro, eram os nomes mais procurados no Google. “O debate de ontem na Bandeirantes era a ocasião por excelência para alguém brilhar e meio à mediocridade. Mas, ao que parece, a mediocridade espalhou-se ali como um vírus destes de epidemia que não poupa ninguém”, escreveu Fernando Brito, do Tijolaço, para quem o grande perdedor foi Geraldo Alckmin. Para o jornalista Kiko Nogueira, do DCM, “Cabo Daciolo foi a grande estrela de uma noite que, sem ele, teria apenas Jair Bolsonaro como palhaço. Sem Lula, líder das pesquisas, cuja ausência é inevitável por motivos óbvios, esses programas viram shows de calouros do mundo bizarro”. Confira a seguir quem são os 13 presidenciáveis Lula, Haddad e Manuela [caption id="attachment_138001" align="aligncenter" width="652"] (Foto: Ivan Longo)[/caption] Líder absoluto em todas as pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula se encontra preso político desde o dia 7 de abril em Curitiba. Juristas de várias partes do mundo já se manifestaram sobre a condenação do petista, que alegam sem ser provas. Fernando Haddad é seu vice e provável candidato em seu lugar. Haddad foi ministro da Educação entre julho de 2005 e janeiro de 2012, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Foi prefeito do município de São Paulo, vencendo no segundo turno o candidato tucano, José Serra, de 2012 a 2016. O atual candidato a governador de São Paulo tucano João Doria venceu Haddad em 2016, no primeiro turno. A vice de Haddad será Manuela D’Ávila, que abriu mão de sua pré-candidatura à presidência para integrar a coligação do PCdoB com o PT. Manuela começou sua carreira política no movimento estudantil. Foi a vereadora mais jovem da história de Porto Alegre, eleita em 2004. Foi eleita deputada federal em 2006 e reeleita em 2010, alcançando recordes de votação. Em 2014, foi eleita deputada estadual no Rio Grande do Sul com a maior votação para o cargo naquele ano. Geraldo Alckmin e Ana Amélia [caption id="attachment_137781" align="aligncenter" width="652"] Foto: Divulgação/Assessoria Ana Amélia[/caption] Alckmin foi governador do Estado de São Paulo entre 2001 e 2006 e de 2011 a 2018. É a segunda vez que o tucano deixa o governo do estado para concorrer às eleições presidenciais. Em 2006 ele passou o bastão para o então vice, Claudio Lembo, e foi derrotado pelo ex-presidente Lula. Durante seu governo em São Paulo, há pelo menos 16 escândalos de corrupção, como o propinoduto e o caso Alstom até a 'máfia da merenda’. O Superior Tribunal de Justiça livrou o tucano e enviou para o Tribunal Regional Eleitoral um processo em que ele é investigado de caixa 2 na Operação Lava Jato, assim como a maioria dos quadros dos partidos de direita que a mídia tradicional chama de “centrão” e que fecharam aliança com Alckmin. Já a sua vice Ana Amélia consta em uma lista de doações da Odebrecht divulgada em 2016 sob o codinome “véia”. Ela foi alvo de uma polêmica, recentemente, por parabenizar, em pleno plenário do Senado, as agressões de ruralistas contra a caravana do ex-presidente Lula em seu estado no mês de março. Bolsonaro e Coronel Mourão [caption id="attachment_137913" align="aligncenter" width="650"] (Foto: Divulgação)[/caption] Jair Bolsonaro (PSL) é um militar da reserva e cumpre seu sétimo mandato como deputado federal. É conhecido pelas suas posições conservadoras, contra os direitos humanos, homófobicas, racistas, machistas e misóginas. O general do Exército Antonio Hamilton Mourão compõe sua chapa à presidência. Ambos os militares são grandes admiradores do coronel Carlos Brilhante Ustra (1932-2015), ex-chefe do DOI-CODI do II Exército, um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período da ditadura militar no Brasil. O general afirmou não descartar uma intervenção militar, caso Lula seja candidato mesmo. Ciro Gomes e Kátia Abreu Paulista de Pindamonhangaba, Ciro Gomes tem 60 anos e, aos 4, mudou com a família para Sobral, no Ceará. Ciro é formado em direito. E ocupou cargos públicos como prefeito de Fortaleza, governador do Ceará, deputado e ministro da Fazenda, no governo de Itamar Franco, e da Integração Nacional, no governo Lula. A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) é candidata a vice na chapa. É um dos principais nomes da chamada bancada ruralista no Congresso Nacional. Está no segundo mandato no Senado, foi duas vezes deputada federal pelo Tocantins e comandou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) por três mandatos. Foi ministra da Agricultura no governo Dilma. Guilherme Boulos e Sônia Guajajara [caption id="attachment_138212" align="aligncenter" width="650"] (Foto: Mídia Ninja)[/caption] Guilherme Boulos e Sônia Guajajara são candidatos à presidência da República e vice pelo PSOL, em uma aliança da sociedade civil, dos movimentos sociais da cidade e do campo, dos indígenas, de partidos de esquerda. Boulos é escritor, ativista político, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Sonia é coordenadora executiva da Articulac?a?o dos Povos Indi?genas do Brasil (APIB). Alvaro Dias e Paulo Rabello [caption id="attachment_138213" align="aligncenter" width="569"] (Foto: Divulgação)[/caption] Senador pelo Paraná, Alvaro Dias (Podemos) tenta se firmar como o candidato da Lava Jato. No debate da Band disse que o juiz Sergio Moro será seu ministro da Justiça. Em 1986, foi eleito governador do Paraná. A campanha de Dias utilizou os serviços da produtora de vídeo do cineasta Fernando Meirelles, que relatou ter tido uma péssima experiência: "Ficamos chocados com o nível de baixaria, a começar pelos pagamentos, que eram feitos em dinheiro vivo, sem nota fiscal. […] Uma vez, o coordenador da campanha simulou a invasão de seu próprio escritório e pediu que gravássemos, denunciando, como se fosse uma invasão feita pelo candidato concorrente. Foi a gota d’água. Nossa equipe se recusou a fazê-lo e criou um impasse. Num clima péssimo, terminamos o contrato". Paulo Rabello do PSC é economista e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) após o golpe contra Dilma Rousseff, entre julho de 2016 e junho de 2017. João Amôedo e Christian Lohbauer  [caption id="attachment_138214" align="aligncenter" width="306"] (Foto: Reprodução)[/caption] João Amôedo é administrador de empresas e presidente do Partido Novo. Se diz liberal e prega o Estado mínimo. Promete diminuir o número de ministérios para no máximo 12. No entanto quando se trata dos costumes é um conservador, contra a descriminalização do aborto e das drogas. Afirmou ser contra políticas públicas que promovam a igualdade salarial entre mulheres e homens. Christian Lohbauer é mestre e doutor em Ciência Política pela USP, já foi executivo de empresas como Bayer e CitrusBR, além de secretário de relações internacionais da prefeitura de São Paulo em 2005 durante o governo de José Serra (PSDB). Cabo Daciolo e Suelene Balduino Nascimento Cabo Daciolo ficou conhecido em 2011, quando foi uma das lideranças da greve dos bombeiros no Rio de Janeiro. Na ocasião, os grevistas ocuparam o quartel-general da corporação e acamparam nas escadarias da Alerj. Daciolo chegou a ser preso por nove dias no presídio de Bangu I. Ele estava em Salvador, onde participava das negociações sobre a greve na Bahia, e ao desembarcar no Rio, foi detido, acusado “de crime de incitamento e aliciamento a motim”. Eleito deputado em 2014, foi expulso do partido já em maio de 2015. depois que ele propôs uma emenda constitucional, contra o Estado laico, para alterar o parágrafo primeiro da Constituição Brasileira de “todo poder emana do povo” para “todo poder emana de Deus”. Outra divergência dentro do PSOL ocorreu ao defender a libertação dos doze policiais acusados de participar da tortura e morte do pedreiro Amarildo Dias de Souza em 2013. A pedagoga Suelene Balduino Nascimento, também filiada ao Patriota, é a vice na chapa. Henrique Meirelles e Germano Rigotto Executivo do mercado financeiro, Henrique Meirelles foi presidente internacional do BankBoston (principal executivo) e presidente do Banco Central do Brasil (BCB), cargo que ocupou de 2003 a 2011, durante o governo Lula. Após o golpe, em maio de 2016, foi nomeado ministro da Fazenda e Previdência Social do governo Temer. Em 3 de abril de 2018, Meirelles se filiou ao MDB confirmando sua candidatura com o objetivo de ser o "sucessor de Temer". Defende a privatização das empresas públicas, como a CEF, Germano Rigotto foi governador do Rio Grande do Sul entre 2003 e 2006, foi também deputado estadual e federal, por 2 e 3 mandatos respectivamente. Marina Silva e Eduardo Jorge Nascida em Rio Branco, Marina Silva (REDE) iniciou sua carreira política em 1984 como vice-coordenadora da Central Única dos Trabalhadores no Acre. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, foi vereadora, deputada estadual e senadora. Foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula, de 2003 até 2008.Em 2010, foi candidata à presidência pelo Partido Verde (PV), obtendo a terceira colocação no primeiro turno, com mais de 19 milhões dos votos (19,33% da porcentagem total). Em 2014, voltou a ser candidata pelo PSB, após a morte de Eduardo Campos, ficando novamente em terceira colocada com mais de 22 milhões de votos. No segundo turno, Marina apoiou Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Rousseff. Médico, Eduardo Jorge també foi filiado ao PT. Foi deputado estadual e federal pelo partido, foi secretário nas gestões de Luiza Erundina e Marta Suplicy, em São Paulo. Em 2004, vai para o PV, também apoiou Aécio em 2014. João Goulart Filho e Léo Alves Filho do ex-presidente da República João Goulart, viveu sua infância e adolescência do exílio no Uruguai.Foi deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, é colunista na Fórum. É candidato pelo Partido Pátria Livre. Compõe a chapa como candidato a vice o professor da Universidade Católica de Brasília Léo Alves. José Maria Eymael  e pastor Helvio Costa José Maria Eymael é candidato pelo partido Democracia Cristã (DC). O pastor da Assembleia de Deus Helvio Costa é candidato a vice-presidente. Está é a quinta vez que Eymael disputa a presidência da República pelo partido fundado por ele. Foi deputado federal de 1986 a 1995. Vera Lúcia e Hertz Dias Após quatro campanhas com o candidato José Maria de Almeida, o Zé Maria, nesta eleição o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) lança nesta eleição a candidata Vera Lúcia, operária, sapateira, do movimento sindical, e o professor Hertz Dias, vice.