Integrantes do "Movimento Verde e Amarelo", criado com o intuito de organizar uma torcida específica para a seleção brasileira, protagonizaram uma cena de desentendimento com torcedores da Gaviões da Fiel, do Corinthians, em disputa por espaço para faixas no estádio 974, no Catar. A confusão ocorreu nesta segunda (28), durante a partida entre Brasil e Suíça pela Copa do Mundo.
A discussão teria sido iniciada quando a torcida da Gaviões posicionou sua faixa cobrindo a do Movimento Verde e Amarelo, atrás de um dos gols. De acordo com matéria do R7, a maioria da torcida desse movimento se localizava atrás da outra trave, no lado oposto do estádio, mas alguns torcedores chegaram cedo para garantir o espaço de visibilidade. Após a Gaviões posicionar sua faixa, houve uma discussão e ao final os corinthianos venceram a contenda.
Discussão
"Chegamos mais cedo ao estádio, posicionamos as nossas faixas atrás do gol. Próximo do horário do jogo chegaram uns quatro, cinco integrantes da Gaviões, foram colocando as faixas na frente das nossas. Gerou um estresse. Questionamos, teve princípio de discussão, mas não teve agressão. A gente cedeu, tiramos a nossa faixa, botamos do lado. Não teve problema. Em nenhum momento tentamos tirar a bandeira da Gaviões. A gente não é louco. Foi uma discussão normal, de um integrante de cada torcida. Nada mais", afirmou Carlos Junior, que segundo O Globo representa o movimento e estava no local na hora da briga.
Diante das imagens de embate entre um torcedor com boné da Gaviões e integrantes do tal movimento verde e amarelo, a repercussão nas redes sociais foi imediata. Internautas zombam e chamam o movimento de playboy. "Essas imagens são maravilhosas, torcedores do Corinthians, membros da 'barra brava', 'ultra', que chamamos de torcida organizada GAVIÕES DA FIEL explicando a torcedor do Brasil que a faixa dos GAVIOES atrás do gol é importante, de maneira extremamente pacífica", diz uma das postagens.
Playboys
Ao tentar negar essa característica, Carlos Junior demonstra o caráter moralista e conservador do movimento criado em 2008: "A gente tem um movimento totalmente orgânico, começamos do zero, com dinheiro do próprio bolso, nunca tivemos incentivo da CBF, da Fifa. Alguns tentam desconstruir, chamando de torcida de playboy. Muitos estão aqui com muito custo, com uma luta danada, com planejamento de quatro anos. Essa história de torcida de playboy é coisa da galera que não gosta do Brasil, que ama o clube de coração e o Brasil está em segundo plano", declarou ao jornal O Globo.
Patriotas
A cena no Catar traz à memória outro embate comprado pela Gaviões da Fiel, há um mês. Logo após a votação do segundo turno das eleições presidenciais, ocorrida em 30 de outubro, apoiadores golpistas do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL) bloquearam estradas em diversos pontos do país por não aceitarem o resultado que deu a vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia 1º de novembro membros do coletivo Somos Democracia e da Gaviões da Fiel colocaram os bolsonaristas que faziam o ato golpista na Marginal Tietê para correr. A via fica em São Paulo (SP).
Ao avistar a chegada dos corinthianos, os bolsonaristas fugiram com seus veículos do local. Um deles chegou a deixar sua motocicleta com seus pertences para trás. Os torcedores do Corinthians, inclusive, entregaram a chave da moto do homem que fugiu para a polícia. Nos sentimentos no direito de manifestar nossa disposição de garantir que a vontade do povo através das urnas seja respeitada", escreveu Danilo Pássaro, um dos membros do Somos Democracia, ao divulgar um vídeo que mostra a ação dos torcedores.