“Direitos Humanos para todos”. Este é o texto que a seleção dinamarquesa masculina de futebol planejava estampar em seus uniformes de treinamento durante a Copa do Mundo 2022, que começa daqui a poucos dias no Catar.
O uso da frase, entretanto, foi proibido pela Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). A explicação técnica oferecida à seleção da Dinamarca tem por base a lei 4.4 do manual do International Football Association Board (IFAB): “Os equipamentos não devem ter slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais”. A Fifa cumpre as Leis do Jogo deste documento.
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Mensagem universal
O chefe executivo da Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU), Jakob Jensen, não parece convencido da justificativa: “Somos da opinião de que a mensagem Direitos Humanos para Todos é universal e não é um apelo político, mas deve ser algo que todas as pessoas possam apoiar”, declarou em entrevista a uma publicação dinamarquesa na última quinta (10).
As polêmicas em torno da realização da Copa do Mundo no Catar remontam a 2010, ano da decisão pela sede desta Copa. Além das críticas à situação dos direitos humanos no estado do Golfo e ao tratamento dos trabalhadores migrantes, há denúncias de que o país árabe teria pago mais de US$ 5 milhões em propinas para garantir apoio à sua candidatura, de acordo com reportagem do jornal inglês The Sunday Times publicada em 2014.
Uniforme de protesto
Mesmo com a proibição do uso dos dizeres pró-direitos humanos em seu uniforme de treinamento, a equipe da Dinamarca pretende dar seu recado. Em setembro, a Hummel, fabricante dos uniformes, revelou três modelos: um vermelho, um branco e um todo preto, que representa a “cor do luto”, representando um protesto, conforme a marca divulgou em suas redes sociais: “Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas”.
Com informações da Istoé Dinheiro e da CNN Brasil