O futuro brilhante de um dos nomes mais promissores da natação argentina foi interrompido de forma brutal. Matías Bottoni, atleta de apenas 17 anos, sofreu uma grave lesão medular que o deixou paralisado do tórax para baixo após um acidente dentro da piscina durante o aquecimento para o Campeonato Argentino, realizado no último sábado, em Buenos Aires.
A tragédia aconteceu no Parque Roca, tradicional palco de competições na capital do país. Durante a preparação para a prova, Bottoni executava um mergulho de largada quando colidiu violentamente com outro nadador que atravessava sua raia. O choque provocou uma fratura cervical com consequências devastadoras. Mesmo consciente após o impacto, o jovem foi encaminhado às pressas para atendimento médico e, diante da gravidade do quadro, transferido para uma unidade hospitalar especializada, Hospital Italiano de Buenos Aires.
Uma cirurgia de alta complexidade foi realizada para aliviar a pressão na medula e substituir a vértebra atingida por uma prótese. O procedimento só foi possível graças à mobilização urgente de familiares, amigos e apoiadores, que se organizaram em campanhas para arrecadar os valores necessários. A resposta foi rápida, assim como a intervenção cirúrgica, mas os primeiros diagnósticos revelaram um cenário dramático. A mãe do atleta, Valeria Grimaux, relatou à imprensa argentina que os médicos foram categóricos ao afirmar que não há perspectiva de que o filho volte a andar. A família, no entanto, mantém a esperança, agarrando-se à fé e à possibilidade de alguma resposta neurológica positiva.
Matías permanece internado, sedado, sob cuidados intensivos e acompanhado por uma equipe multidisciplinar que inclui profissionais da saúde física e mental. O impacto do caso foi imediato nas redes sociais e no meio esportivo, onde colegas e instituições expressaram solidariedade e espanto com a fatalidade. Representando o Echesortu Fútbol Club, de Rosário, o jovem era visto como uma das maiores apostas da nova geração da natação argentina, com participação prevista nos Jogos Pan-Americanos Júnior de 2025, no Paraguai.
O episódio reacende discussões sobre a segurança nos momentos de aquecimento em competições de alto nível, especialmente entre atletas em formação. Mais do que uma tragédia esportiva, o caso de Matías Bottoni se transformou em um retrato do imponderável, do quanto a linha entre a glória e a dor pode ser tênue no esporte. E, agora, em vez de tempos e medalhas, o jovem nadador enfrenta o maior desafio de sua vida: reaprender tudo diante de um episódio que deixou o seu corpo quase totalmente paralisado.
