Milhões de brasileiros acompanharam nesta sexta-feira (9) as finais da ginástica rítmica nas Olimpíadas e se surpreenderam com as apresentações fantásticas.
A modalidade é dominada por nomes como o de Darja Varfolomeev, ginasta que compete pela Alemanha mas é russa, e Daria Atamanov, ginasta que compete por Israel, mas tem sobrenome russo.
O quadro de medalhas histórico da ginástica rítmica de 1984 até 2020 coloca 18 medalhas para a Rússia, sete para Belarus, cinco para a Bulgária e Ucrânia, três para a Espanha e Itália e duas para a finada União Soviética.
É uma dominância completa do leste europeu. O motivo? O investimento em esportes feito durante o período soviético que se estende até os dias de hoje em países do antigo bloco vermelho.
O desenvolvimento e a popularização do esporte foram fortemente influenciados pela União Soviética, onde a ginástica rítmica foi promovida como uma forma de expressão artística e educação física.
Escolas de esportes e centros de treinamento financiados pelo estado foram estabelecidos para identificar e nutrir talentos desde cedo. Esse nível de investimento continua em muitos países hoje, permitindo o desenvolvimento de atletas de alto nível.
Além disso, a região produziu alguns dos melhores treinadores de ginástica rítmica do mundo. Entre as históricas treinadoras, estão Irina Viner-Usmanova (Rússia), Neshka Robeva (Bulgária) e Vera Shatalina (Rússia).
O brilho recente de Daria Atamanov, que compete pela bandeira israelense, é sinal da conexão dos soviéticos com esporte. A judia com ascendência do Uzbequistão aprendeu intensamente com os ginastas judeus soviéticos que migraram para Israel após o fim do bloco vermelho, processo que também aconteceu no judô.