PARIS 2024

Surfe nas Olimpíadas: entenda como são dadas as notas

Cinco juízes definem, de acordo com cinco critérios principais, o desempenho de cada surfista na onda; saiba como a nota final é formada

Gabriel Medina surfa onda na competição olímpica de surfeCréditos: William Lucas/COB
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Alvo de polêmicas, ainda mais com a suspensão do juiz Ben Lowe após uma foto sua com um dos surfistas da competição viralizar nas redes sociais, a arbitragem conta com critérios bem definidos para que as notas sejam formadas no surfe olímpico.

Para avaliar cada onda surfada, existe um painel de juízes composto por cinco pessoas que analisam cada performance. As notas são dadas em uma escala de um a dez, com variações que chegam a até duas casas decimais.

Entre as avaliações dadas pelos juízes, as pontuações mais alta e mais baixa são descartadas e a nota final é a média das três pontuações restantes. A nota máxima é 10 pontos e uma bateria perfeita vale uma pontuação total de 20.

Durante uma bateria, as duas ondas com maior pontuação de um surfista são combinadas para formar um total geral. Durante o tempo estipulado, o surfista pode pegar quantas ondas quiser e a duração de cada bateria pode variar entre 20 e 35 minutos, dependendo das condições.

Quais os critérios de julgamento do surfe?

Enquanto a bateria é disputada, os jurados ficam sentados em um nível mais elevado para poder ver toda a área de competição. O sistema de pontuação é baseado em cinco critérios: compromisso e grau de dificuldade, manobras inovadoras e progressivas, variedade de manobras, combinação de grandes manobras e o último critério combina elementos de velocidade, potência e fluxo.

Em relação ao item de compromisso e grau de dificuldade, são analisados os tipos de movimento que um atleta realiza e quão difíceis são de executar. Em geral, as manobras de maior risco são recompensadas por esse critério

Sobre as manobras inovadoras e progressivas, os juízes avaliam se o surfista está ultrapassando os limites e fazendo movimentos como aéreos e tail slides, quando o atleta faz a parte traseira da prancha (o tail) deslizar lateralmente na face da onda, gerando um efeito de derrapagem.

A variedade de manobras é um critério importante, e um surfista fazendo uma manobra semelhante repetidamente pode significar uma nota mais baixa, segundo o contexto da onda. Conta ainda a combinação de manobras principais, que mede a capacidade do atleta conectar grandes manobras de alta pontuação.

Por fim, a velocidade, potência e fluxo mostram principalmente como o surfista se adapta às ondas e se é veloz o suficiente para realizar os movimentos críticos, além de analisar a maneira como um surfista conecta perfeitamente as suas manobras.

"'Tudo está realmente conectado, juntos, todos os elementos dos critérios refletem apenas o que o público em geral acha que é um bom surfe. É isso que os juízes querem ver, o que os atletas querem ver e é isso que a competição quer ver.", aponta o diretor técnico da International Surfing Association (ISA), Erik Krammer, em entrevista ao Olympic Channel.

Com informações do Olympics