PARIS 2024

Gustavo Bala Loka: de Carapicuíba à disputa de medalha olímpica no ciclismo BMX Freestyle

Ciclista começou a praticar em pista de terra e conseguiu resultados expressivos nos últimos anos, assegurando sua ida aos Jogos Olímpicos

Gustavo Bala Loka vai a uma final em sua primeira participação em OlimpíadasCréditos: Gaspar Nóbrega/COB
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O atleta brasileiro Gustavo Batista de Oliveira, o Bala Loka, conseguiu nesta terça-feira (30) um lugar na final olímpica do ciclismo BMX Freestyle. Ele terminou em oitavo na fase de classificação.

Bala Loka conseguiu uma média de 85,79 pontos e o líder desta fase foi o britânico Kieran Reilly, com 91,21 pontos. A decisão será realizada nesta quarta-feira (31), a partir das 9h40 (horário de Brasília).

“Hoje eu dei uma segurada, fiz não o básico, mas uma volta para estar na final. Tive alguns erros, mas consegui evoluir na última volta, foi um pouco melhor. E amanhã tem mais, tenho umas três ou quatro manobras que estão guardadas para a final. Então, espero estar 100% de corpo e de mente para poder entregar tudo que eu tenho”, disse ele ao site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Bronze nos Jogos Sul-Americanos de 2022, terceiro também nos Jogos Pan-Americanos de 2023, com dois resultados top 10 em etapas da Copa do Mundo e mais uma classificação entre os dez melhores no Mundial da modalidade, todos alcançados no ano passado, o desempenho recente do atleta sugere que uma medalha olímpica não é um sonho impossível. 

Na OQS Budapeste 2024, competição em que garantiu sua ida para os Jogos de Paris, Bala Loka conseguiu 89.72 e 91.90 pontos.

O sistema da final leva em conta o melhor resultado de duas voltas, ou seja, conta a melhor nota apenas, o que permite aos ciclistas arriscarem com manobras mais ousadas. Já na fase eliminatória valia a média das duas voltas.

Início na pista de terra

O atleta conheceu a modalidade que o levou a Paris na pista de terra de BMX Dirt Jump Caracas Trail, em Carapicuíba, cidade da região metropolitana de São Paulo. 

"Tive uma grande sorte disso, quando ingressei no BMX já tinha pista lá. Meus pais tinham recém-comprado um apê no Cohab, e eram as melhores pistas de dirt, do lado de casa”, disse ele ao podcast do Olympics.com.

Também ao programa, ele contou que a vontade de ir às Olimpíadas foi despertada quando a modalidade estreou, em Tóquio 2020. "Eu falei, beleza, essa é a nova meta. O BMX nunca teve isso de ser um atleta; sempre foi diversão. Mas todo mundo começou a ter essas duas partes, uma de curtir e outra de ser atleta. Escolhi essa última e comecei a cuidar da alimentação e se preparar. Se quer estar lá, tem que evoluir."

Isso significou estudar as regras da competição e as formas de seletivas olímpicas, além de implicar também uma mudança para São Bernardo do Campo, já que era lá que existia uma pista park, com obstáculos de madeira distribuídos por uma área equivalente a uma quadra esportiva.

Por que Bala Loka?

Ao Olhar Olímpico, do jornalista Demétrio Vecchioli, O ciclista contou como ganhou o apelido.

A alcunha veio em função de um acidente. O ciclista passou rápido demais por uma rampa de terra e caiu de uma boa altura. Desmaiou com a queda e, após acordar, recebendo água na cara, um amigo brincou que ele parecia uma bala. Naquele momento, outro colega completou: bala loka. E o apelido permaneceu até hoje.