PARIS 2024

Paris 2024. Deputado francês: 'Atletas israelenses não são bem-vindos'

Declaração de deputado de que atletas de Israel não são bem-vindos à França provoca reações, mas o que ele defende é que bandeira e hino de Israel não sejam admitidos, como acontecerá com os da Rússia e Bielorrússia.

Créditos: Perfil de Thomas Portes no X
Escrito en ESPORTE el

No último sábado, 20 de julho, o deputado francês Thomas Portes causou polêmica com suas declarações de que os atletas de Israel não são bem-vindos à França para participarem dos Jogos Olímpicos Paris 2024

Portes criticou a dupla moral de proibir as delegações da Rússia e da Bielorrússia de desfilarem e receberem medalhas sob suas bandeiras e o mesmo ser permitido a Ucrânia e Israel.

 

“Estamos a poucos dias de um evento internacional que será realizado em Paris, os Jogos Olímpicos. E estou aqui para dizer que não, a delegação israelense não é bem-vinda em Paris”, declarou sob aplausos. “Os atletas israelenses não são bem-vindos nos Jogos Olímpicos de Paris. Devemos aproveitar esse prazo, todas as alavancas que temos para criar mobilizações. Considero que a diplomacia francesa deve pressionar o COI para que a bandeira e o hino israelense não sejam admitidos durante estes Jogos Olímpicos.”

 

Thomas Portes faz uma comparação do momento atual com o boicote à África do Sul, que ficou excluída dos Jogos Olímpicos por 30 anos, de 1962 a 1992 por sua política de apartheid.

Desde 8 de outubro, quase 40 mil palestinos foram mortos pelas tropas de Israel. Recentemente, o tribunal da ONU declarou a ocupação israelense de território palestino ilegal, desde 1967.

Por isso, o deputado reclama dos "dois pesos, duas medidas", da proibição da Rússia e da Bielorrússia, cujas delegações não podem portar nem hastear as bandeiras de seus países nem poderem ouvir seus hinos em caso de medalhas, mas Israel e Ucrânia sim.

Reação

A presidente da Organização Judaica Europeia, Muriel Ouaknine-Melki, acredita que os comentários do deputado “provavelmente constituirão uma provocação ao ódio e à discriminação que põem em perigo os atletas israelitas e os cidadãos franceses”. Ela anunciou que estava apresentando queixa ao Ministério Público de Paris.

Por sua vez, Yonathan Arfi, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas na França, preferiu comparar esta proposta política ao  ataque de 1972 , nas Olimpíadas de Munique, no qual morreram onze atletas israelenses. “Ele agora está colocando um alvo nas costas dos atletas israelenses, que já são os mais ameaçados nos Jogos Olímpicos”, julgou em sua conta X.

Israel: Atletas e militares

Thomas Portes republicou um vídeo de 2021, que equipara atletas de Israel a seus soldados. E Portes endossa o comentário feito na rede X:

 

Aparentemente, o exército israelense liga os seus soldados aos atletas olímpicos. Exército culpado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza, segundo uma comissão da ONU. Teria sido lógico que o COI aplicasse à delegação israelense em Paris o mesmo tratamento aplicado aos atletas russos e bielorrussos: a bandeira neutra.