O futebol mundial foi surpreendido recentemente pela notícia do contrato de Neymar com o Al-Hilal, um dos principais clubes da Arábia Saudita. O acordo, detalhado pelo "Blog do Rafael Reis", revelou uma transação que transcende os padrões usuais do esporte. Neymar não apenas se tornou o jogador mais bem pago da liga saudita, mas também protagonizou um contrato que foge das cláusulas tradicionais de bônus por produtividade e postagens em redes sociais.
A contratação de Neymar pelo Al-Hilal custou aos cofres sauditas uma quantia monumental de 320 milhões de euros (equivalente a cerca de R$ 1,7 bilhão) por um período de duas temporadas. O jogador brasileiro, de 31 anos, finalizou os detalhes finais de sua transferência para o Oriente Médio e se prepara para fazer sua estreia oficial pelo clube no próximo sábado, em um confronto contra o Al-Feiha.
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Para garantir a liberação de Neymar do Paris Saint-Germain, o clube francês receberá um pagamento de 100 milhões de euros (cerca de R$ 545 milhões), marcando a transferência mais cara da história do clube e também representando o maior investimento já realizado pelo futebol saudita em um único jogador.
Um dos aspectos mais intrigantes do contrato de Neymar com o Al-Hilal é a ausência de cláusulas de produtividade. Ao contrário da maioria dos jogadores de elite europeus, Neymar não terá direito a bônus por conquistas esportivas ou atividades em campo. Isso significa que mesmo se ele levar o Al-Hilal a conquistas históricas, como um título mundial, tais feitos não resultarão em bonificações financeiras.
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O entendimento mútuo entre Neymar e o clube é que sua remuneração substancial engloba não apenas seu salário, mas também abrange outros benefícios que normalmente seriam considerados como "extras". Luvas pelo acordo firmado, prêmios por desempenho e a exploração de sua imagem foram incorporados ao contrato.
Contrariando rumores que circularam nas redes sociais, é importante ressaltar que Neymar não receberá um bônus específico por postagens positivas relacionadas à Arábia Saudita ou ao campeonato local. Enquanto o governo saudita deseja que Neymar atue como um embaixador do país através de suas redes sociais, esse aspecto não foi formalmente incluído no contrato e qualquer acordo nesse sentido ocorreria como um negócio separado.
A aquisição de jogadores de renome internacional, como Neymar, faz parte de um ambicioso projeto esportivo e político da monarquia saudita. Esse projeto envolve a estatização dos principais clubes de futebol, altos investimentos em salários e comissões de jogadores, e a busca por se estabelecer como um polo relevante no cenário futebolístico global. Paralelamente, a Arábia Saudita pretende utilizar o esporte para melhorar sua imagem internacional.
Tendo em vista o exemplo do Qatar, que investiu significativamente no Paris Saint-Germain e na organização da Copa do Mundo de 2022, a Arábia Saudita almeja alterar a percepção negativa que frequentemente está associada ao país, especialmente em relação aos direitos humanos e outras questões sociais.
É notório que a prática do "Sportswashing", que busca melhorar a imagem de um país através de investimentos no esporte, está em pleno desenvolvimento na Arábia Saudita. O país está buscando redirecionar a atenção internacional de sua problemática história de violações de direitos humanos e questões geopolíticas complexas para se apresentar como um destino atraente para o futebol mundial.
Enquanto Neymar embarca em sua jornada no Al-Hilal, o mundo observa atentamente como essa audaciosa iniciativa saudita pode impactar tanto o cenário futebolístico quanto a imagem internacional do país nos próximos anos. Aos olhos do Brasil e do mundo, o contrato de Neymar com o Al-Hilal representa mais do que uma mera transferência; ele é um reflexo das transformações em curso no futebol e na política globais.