É FACHO

Presidente da La Liga foi de grupo fascista e é apoiador do Vox, a extrema direita da Espanha

Javier Tebas tem passado franquista e é entusiasta do partido mais reacionário de seu país. Ele já defendeu jogador acusado de ser nazista e vem negligenciando casos de racismo

Javier Tebas Medrano, presidente da La Liga.Créditos: YouTube/Reprodução
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Após o novo caso de racismo contra o jogador brasileiro Vini Jr, do Real Madrid, ocorrido no domingo (21), durante uma partida contra o Valência, no Estádio Mersalla, quando milhares de torcedores valencianos gritaram em coro “macaco”, uma figura sinistra e até então pouco falada fora dos limites territoriais de seu país ganhou notoriedade no mundo todo: Javier Tebas Medrano, o presidente da glamurosa e poderosíssima La Liga, a liga de futebol espanhola, uma das mais importantes e ricas do planeta.

Logo após o horrendo episódio, Tebas foi às redes sociais para atacar Vini Jr, a vítima de racismo. Com um discurso cínico, o cartola parecia tentar desvirtuar o ocorrido de todas as formas, culminando por constranger o atleta que tinha sido alvo de um crime repugnante. O atacante brasileiro reagiu e fez questão de listar todas as vezes que foi insultado, e relembrou Tebas de sua inação, já que o dirigente nunca toma providências para casos do tipo, que em outras ligas europeias são tratados com seriedade.

Com a atitude de minimizar os asquerosos gritos racistas, a única coisa que Tebas conseguiu foi que seu passado e sua atuação política atual fossem levados ao conhecimento de todos. Pelo histórico e pelo posicionamento ideológico do dirigente, seu comportamento ante o caso de Vini Jr não parece ter sido algo ao acaso.

O presidente da La Liga é abertamente apoiador do Vox, o partido de extrema direita mais expressivo da Espanha, com posturas claramente racistas, xenofóbicas e anti-imigração. Os integrantes da agremiação, que é liderada pelo deputado radical Santiago Abascal, são ainda admiradores do “legado” do ditador Francisco Franco, que com mão de ferro mandou na Espanha de 1939, após o fim da Guerra Civil, até 1975, ano de sua morte.

“Já faz tempo que a Espanha necessitava de uma alternativa como o Vox. Há que respeitar, conseguiram 400 mil votos na Andaluzia... Se o partido continuar nessa linha, eu votarei neles”, foi o que ele disse durante um programa esportivo na TV espanhola, sorrindo, em 2019.

Tebas, aliás, foi oficialmente filiado ao partido fascista Fuerza Nova, que existiu de 1976 a 1982, logo nos primeiros após a redemocratização da Espanha, defendendo a “herança” do franquismo. Trocando em miúdos, o cartola que manda no futebol espanhol é uma figura ultrarreacionária que nas últimas décadas esteve ligado de alguma maneira a todos os setores fascistas do espectro ideológico de seu país.

Uma outra atitude de Tabes também chamou a atenção nos últimos tempos e reforçou sua imagem de fascista entre os espanhóis. A torcida do Rayo Valecano, um time historicamente ligado à esquerda espanhola, protestou contra a chegada do jogador ucraniano Roman Zezulya, um sujeito habituado a posar vestido com trajes militares, armas e que flerta abertamente com movimentos neonazistas de seu país, atualmente em guerra com a Rússia, após ser invadido. O dirigente, diferentemente do comportamento que teve com Vini Jr, gastou tempo e energia atacando a torcida do Rayo e defendendo o atleta contratado, dizendo que os adeptos locais deveriam ter “respeito e tolerância” com quem pensa diferente.

Em resumo, o homem que não vê racismo quando um estádio inteiro chama um jogador brasileiro negro de “macaco”, pede encarecidamente que tenham compreensão com um estrangeiro que se porta como nazista.