Na última quarta-feira (15) circularam nos meios de comunicação uma série de notícias de que as diretorias de três das maiores Torcidas Organizadas de São Paulo teriam proibido seus integrantes de participarem de brigas no Estado após um suposto “salve” do Primeiro Comando da Capital (PCC), que teria prometido punição exemplar aos brigões. A primeira informação é verdadeira, de fato as diretorias da Mancha Verde, Tricolor Independente e Torcida Jovem do Santos divulgaram notas prometendo desfiliar associados brigões. Já a segunda informação não foi confirmada por ninguém e negada por todos, incluindo as autoridades
A informação se deu por conta de uma série de áudios e textos atribuídos ao PCC que foram postados em redes sociais e grupos de WhatsApp que acompanham o dia a dia das Torcidas Organizadas, incluindo grupos das próprias torcidas. Segundo o conteúdo divulgado pelo 'zap-zap' teria havido uma reunião onde integrantes do PCC cobram os dirigentes das Torcidas Organizadas por conta da briga que ocorreu na última semana na zona leste de São Paulo entre palmeirenses e corintianos.
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Na última quinta-feira (9), torcedores corintianos voltavam de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, onde o clube havia acabado de jogar. No caminho, palmeirenses trajando vestimentas da principal Organizada do clube, a Mancha Verde, emboscaram um dos ônibus dos Gaviões da Fiel na Avenida do Estado, que liga do ABCD Paulista ao centro da cidade, passando pela zona leste. O veículo foi atacado com pedras, rojões e barras de ferro, fazendo com que os torcedores corintianos, pegos de surpresa, fugissem do local. A briga deixou feridos e as imagens repercutiram na imprensa, nas redes sociais como um todo e em especial nos grupos 'especializados'.
Segundo a narrativa compartilhada nos grupos, um dos corintianos feridos na briga seria um membro da facção e, ao ir para o hospital, ficou descoberto em relação à polícia - não apenas ele, mas o esquema de venda de drogas ao qual faria parte. Teria sido essa a razão pela qual o PCC se reuniu com as organizadas e prometeu impôr a lei da facção aos torcedores brigões. No entanto, nem a narrativa descrita nos áudios e nem a suposta reunião entre crime e torcidas organizadas foram confirmadas.
Ao Uol, Polícia Civil, Ministério Público e dirigentes das próprias torcidas negaram qualquer contato das entidades torcedoras com os criminosos. As autoridades afirmaram que monitoram os chamados "salves" da facção e que não tiveram rastrearam qualquer movimentação nesse sentido.
Já o presidente da Mancha Verde, Jorge Luís, disse à apuração que a entidade mantém conversas com lideranças de outras torcidas e que se reuniu - “entre nós mesmo”, frisou - para debater a briga da semana passada. Segundo o presidente, e apoiado no próprio discurso fundador da torcida, a Mancha Verde surgiu para “restabelecer o respeito da torcida do Palmeiras” e esse objetivo já estaria cumprido. Dessa forma, agora seria o momento em que a torcida começaria a fazer esforços em busca da paz nos estádios.
“Conversamos e estamos pregando aos nossos associados que não vamos admitir cenas de selvageria em campo de futebol (…) É um trabalho que iniciamos na Mancha e não teve ordem de ninguém (…) Ninguém conversou com crime organizado”, declarou o presidente.
Além da Mancha, também a Torcida Jovem do Santos e a Torcida Tricolor Independente, do São Paulo, publicaram notas oficiais proibindo seus membros de participarem em brigas. “Em reunião entre nossos líderes, diretoria e conselho, foi determinado que não serão tolerados atos de violência ou covardia entre os integrantes das torcidas. Acabaram as brigas”, diz trecho da nota dos são-paulinos, que previu exclusão do quadro de associados para quem descumprir a norma. A Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians, não se pronunciou.
*Com informações do Uol.