O renomado advogado de defesa de Daniel Alves, Cristóbal Martell, mudou outra vez e deu uma nova versão para os fatos que ocorreram no dia 30 de dezembro, na boate Sutton, em Barcelona. O jogador está preso desde 20 de janeiro.
Durante procedimento de análise do recurso que pede liberdade do atleta na Audiência Provincial de Barcelona, nesta quinta-feira (16), a defesa admitiu, pela primeira vez, que houve uma relação sexual com penetração entre Daniel e a mulher de 23 anos, que o acusa de agressão sexual. Porém, a alegação de Martell é que o ato foi consensual.
A definição se o brasileiro permanece preso ou não deve ocorrer até esta sexta-feira (17). O encontro entre a defesa de Daniel, a advogada da denunciante e a procuradora do Ministério Público Espanhol com os magistrados da Sala 3 da Audiência tinha como intuito permitir que as partes apresentassem argumentos favoráveis e contrários à libertação do jogador, de acordo com reportagem de Thiago Arantes, no UOL.
O advogado de Daniel utilizou seu tempo para rebater novamente a versão da mulher, repetindo o que tinha feito no recurso apresentado por escrito. Martell mudou a versão dada pelo jogador, afirmando que houve uma relação sexual com penetração e consentida.
O jogador brasileiro, até agora, tinha dado versões diferentes a respeito do caso. Primeiro, disse que não conhecia a denunciante. Depois, declarou que esteve com ela no banheiro, mas não houve contato. Na terceira versão, declarou que houve sexo oral, de forma consentida.
A defesa foi obrigada a adotar uma nova versão depois dos resultados dos testes de DNA, que cruzaram informações coletadas pelo Hospital Clinic de Barcelona, na madrugada de 31 de dezembro, no exame de corpo de delito, com amostras fornecidas pelo jogador no início do processo.
Os exames comprovaram que havia sêmen de Daniel Alves no corpo da vítima. O advogado alegou, nesta quinta, que a ausência de lesões vaginais na denunciante é um indício de que não houve relação forçada.
Advogada da vítima diz que risco de fuga da Espanha persiste
Ester García López, advogada da denunciante, por sua vez, usou seu tempo na Audiência para ressaltar que, apesar de todas as medidas cautelares que Daniel Alves diz estar disposto a adotar, o risco de fuga do jogador da Espanha continua.
“Como acusação particular, mantivemos a mesma posição que tivemos na contestação ao recurso: entendemos que ele deve ficar preso sem fiança. O risco de fuga continua elevado e não faz nem um mês que ele está na prisão”, disse.
“Pensando nos interesses da minha cliente, o fato de que ele possa ser solto é um atentado à integridade psicológica dela. Que ele fique livre e ela esteja reclusa é algo que a Justiça e o Estado em geral não podem permitir”, acrescentou Ester.