Campeão olímpico nos Jogos de Inverno de 2006, realizados em Turim, o atleta russo Roman Kostomarov, de 46 anos, da patinação artística no gelo, está vivendo um drama que comove o mundo do esporte. Ele ainda seguia competindo, com a esposa Tatiana Navka, sua parceira durante toda a carreira, quando no dia 8 de janeiro deste ano precisou ser internado em caráter de urgência, em estado grave.
Após se apresentar no campeonato Europeu de Patinação Artística, na Suécia, realizado nos primeiros dias do ano, Kostomarov foi levado ao hospital e lá foi diagnosticado com uma pneumonia. Em poucas horas já estava num respirador e, dias depois, foi parar numa máquina chamada ECMO, que ficou conhecida no período da pandemia da Covid-19 por ser utilizada em pacientes em estado gravíssimo. O aparelho faz a troca gasosa do sangue, agindo como se fosse uma espécie de coração e pulmão artificiais.
Depois de dias nessas condições, o atleta passou a apresentar uma sepse (infecção generalizada), que desencadeou sérios problemas em seu aparelho circulatório e resultou em gangrenas. Num primeiro momento, seus pés ficaram gangrenados e os médicos não tiveram outra saída, exceto amputá-los. O problema é que a aparição de pontos de gangrena prosseguiu e os dedos das mãos de Kostomarov também precisaram ser seccionados, assim como parte das palmas das mãos.
Todas as medidas para amputação, informam os médicos, foram autorizadas por Kostomarov, que se manteve consciente no momento dessas duas intervenções. O drama pode ser ainda mais ampliado, dizem os especialistas que o tratam, porque as partes das mãos que não foram cortadas fora estão sem sensibilidade e mobilidade, o que tem feito os cirurgiões cogitarem a hipóteses de novas amputações, na área acima dos pulsos.
Tatiana Navka, a esposa, segundo reporta a imprensa russa, foi a responsável por trazer os mais renomados médicos do país para tratarem Kostomarov. Ainda em estado grave, mas com melhoras, a mulher já está em contato com empresas alemãs para que próteses de última geração sejam colocadas no marido, que ainda segue lutando pela vida.