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Robson Conceição: quem é o boxeador que pode ser o próximo campeão mundial

Campeão olímpico disputa seu primeiro cinturão do boxe profissional nesta quinta-feira

Robson Conceição durante as Olimpíadas 2016.Créditos: Wikimedia Commons
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O boxeador baiano Robson Conceição disputa pela terceira vez o lugar de campeão no boxe profissional, na categoria superpena, contra o atual detentor do título, o mexicano Emanuel Navarrete, que não perde há 11 anos. A disputa acontece em Las Vegas, Estados Unidos, na noite desta quinta-feira (16), às 22h15 pelo horário de Brasília.

O campeão olímpico de 2016 está confiante com a vitória. "Certamente me consagrarei campeão mundial", afirmou em uma entrevista ao site Combate. "E tem tudo a ver com o momento da medalha de ouro nas olimpíadas (Rio 2016). A luta vai ser no dia 16 e minha luta no Rio também foi num dia 16. E lembro que me perguntaram depois da luta do meu ouro porque eu não chorei de emoção, e eu não chorei porque já sabia que eu ia ser campeão. E é a mesma coisa agora. Eu sei que vou ser campeão. E até em 2016, eu chorei na chegada dos Jogos, quando cheguei na Vila Olímpica. Li muitas cartas de apoio de fãs e chorei. E aí quando fui campeão não precisei chorar", conta.

Conheça a história de Robson Conceição

Nascido em 1998, na cidade de Salvador, Bahia, Robson foi criado pela mãe e pela avó em um contexto humilde, no bairro de Boa Vista de São Caetano. O jovem precisou começar a trabalhar cedo para sustentar a casa e se deslocava 9km a pé para treinar, pois não tinha condições de pagar o transporte. Robson foi feirante, carregador de compras, vendedor de picolé na praia, ajudante de pedreiro, vendedor ambulante em sinal de trânsito, entre outros.

Sua inspiração para o boxe era o tio Roberto, reconhecido e respeitado pelas ruas de Salvador devido às brigas no Carnaval. O jovem queria seguir o mesmo caminho, não pensava em se profissionalizar, e logo ficou conhecido como "Terror de Boa Vista", também pelas brigas. 

Anos depois, já treinando com foco na carreira, ele foi convocada para a seleção brasileira de boxe e precisou ir morar sozinho em Santo André, São Paulo, aos 19 anos. Ele conta que também passou dificuldades, pois ganhava apenas para pagar hospedagem em quartos coletivos e alimentação - não tinha salário. 

Em 2008, disputou sua primeira Olimpíada, sendo derrotado logo na estreia. Quatro anos depois, disputou os jogos Olímpicos de Londres de 2012, porém, também foi derrotado na estreia. Apesar das derrotas, Robson continuou lutando e se dedicando para conseguir seu título de campeão olímpico. Essa vitória veio em 2016, consagrando-o como primeiro campeão olímpico da história do boxe brasileiro.

Após o título, Robson desejou se profissionalizar, fechando contrato com a promotora Top Rank. Em sua estreia na categoria, ele derrotou o norte-americano Clay Burns.

Hoje, o boxeador também integra o programa de desenvolvimento esportivo das Forças Armadas do Brasil.