O caso de estupro e abuso sexual do qual Daniel Alves está preso em Barcelona apresenta, a cada dia, novos detalhes ao público. Nesta quinta-feira (26) foi a vez da própria vítima, uma mulher espanhola de 23 anos, explicar como ocorreram as agressões físicas contra si dentro do banheiro da discoteca Sutton.
De acordo com depoimento da mulher, Daniel Alves ficou batendo em sua cara, como forma de intimidá-la para em seguida consumar o estupro. O caso ocorreu em 30 de dezembro de 2022 e o jogador está preso desde o último dia 20 de janeiro.
No depoimento obtido pelo jornal espanhol ABC, a mulher afirma que quando Daniel Alves lhe fez um sinal para entrar no banheiro, ela achou que estava sendo convidada uma outra área VIP da discoteca. A Sutton é conhecida por abrigar festas da alta classe barcelonesa, o que inclui jogadores de futebol e artistas locais. A mulher contou que após entrar no local, Daniel fechou a porta. Foi quando percebeu que estaria trancada com o agressor.
“Eu disse que queria ir embora e ele respondeu que não podia sair de lá (...) Me agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos, e me jogou no chão. Machuquei o joelho”, declarou para os investigadores.
Ela conta que em seguida Dani Alves tentou força-la a fazer sexo oral. Ela tentou resistir, mas o jogador era “muito mais forte” e passou a agredi-la. “Ficou me batento na cara por um tempo, senti como se estivesse me afogando, não porque estivesse me apertando, mas pela angústia”.
Após o ato consumado, o jogador se afastou da vítima para vestir-se. Nesse momento ela tentou sair do local mas foi impedida. “Ele me disse: ‘Você não vai sair daqui, eu saio primeiro”.
O caso de Daniel Alves é o primeiro envolvendo uma pessoa rica e famosa a ser enquadrada na nova lei para crimes sexuais. Aprovada em outubro de 2022, a alteração no Código Penal da Espanha prevê que os crimes sexuais devem ser tipificados com base no consentimento da vítima.
Em outras palavras, todo crime de natureza sexual passa a ser visto como agressão sexual, podendo ‘evoluir’ para crimes mais graves como estupro, o qual o jogador é acusado. Além disso, também dá um peso maior ao depoimento da vítima, antes colocado em pé de igualdade em relação aos dos suspeitos e testemunhas.
O Governo da Catalunha, região de Barcelona, aposta em uma punição exemplar para o brasileiro como forma de ‘passar o recado’ de que acabou a impunidade para crimes sexuais na região. Essa é inclusive a razão pela qual Daniel Alves aguarda pelo julgamento na prisão. As autoridades tinham medo que Alves fugisse para o Brasil, a exemplo do jogador Robinho, que foi condenado por estupro na Itália e fugiu para o Brasil de onde não pode ser extraditado. Daniel Alves nega as acusações.