Na tarde desta quinta-feira (28) ocorreu uma reunião na Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo entre representantes das polícias Civil e Militar e de torcidas organizadas do Estado a fim de estabelecer os protocolos para a volta das bandeiras com mastro nos estádios paulistas.
Estiveram presentes líderes das torcidas organizadas dos principais clubes do Estado - Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Portuguesa, Santo André, XV de Piracicaba, Red Bull Bragantino, Guarani e Ponte Preta. Do lado das autoridades estiveram presentes Elizeu Soares Lopes, ouvidor das polícias do estado, César Saad, delegado do Drade (Delegacia de Repressão a Delitos de Intolerância Esportiva) e o tenente coronel Ricardo Xavier, comandante do Segundo Batalhão de Choque.
A proposta das autoridades era ouvir a posição das torcidas, uma vez que é do interesse delas a liberação das bandeiras. As diretrizes ainda não estão definidas e nos próximos dias a Polícia Militar deve divulgar todas as regras. O que já se sabe é que o número de bandeiras será definido de acordo com a capacidade de público de cada estádio e já está definido que os torcedores responsáveis pelo objeto serão identificados previamente.
“A ideia é que os mastros sejam identificados e enumerados, assim como a pessoa que segura o mastro no estádio será identificada por CPF e foto, inclusive de forma digital. É um controle objetivo para impedir que aconteça algo. O mastro, a bandeira em si não faz nada, é quem a conduz que pode eventualmente fazer alguma coisa”, afirmou Elizeu Soares Lopes.
Já César Saad, delegado da Drade, espera que com a liberação, tratada como uma vitória por todas as torcidas, as instituições torcedoras colaborem no trabalho para conter a violência em São Paulo.
“Tenho a impressão que esta reconquista dos mastros, das bandeiras, tomou muito forte os membros das organizadas. Senti um ambiente de valorização desta conquista para que também venham outras, pois há outras reivindicações de organizadas. Há um comprometimento das diretorias [das torcidas organizadas], de fazer o melhor para que isso funcione e o ambiente seja para festejar o futebol", declarou.
O Ministério Público, responsável pela proibição em 1996 e que não contou com representantes na conversa, é contrário à liberação e ainda pode recorrer na Justiça.