Na última quarta (27) o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) absolveu dois torcedores do Atlético-MG acusados de racismo. Os três desembargadores do caso entenderam que a ira dos réus teria sido “justificável”.
O fato aconteceu durante um clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro em 2019. Enquanto ocorria um princípio de briga entre torcedores rivais, os irmãos Natan e Adierre Siqueira Silva foram acusados pelo segurança Fábio Coutinho da Silva de terem o chamado de “macaco”, entre outras ofensas raciais.
De acordo com a versão do segurança, eles estariam tentando invadir uma área onde fica a imprensa para, em seguida, ter acesso a um setor onde estavam torcedores do Cruzeiro. Com a negativa do segurança, começou uma discussão que teria evoluído para as ofensas.
Já a defesa dos irmãos fez uma perícia própria que apontava que Natan teria chamado Fábio de “palhaço”, o que eliminaria o caráter racial da ofensa. Além disso, foi divulgado nos meios de comunicação que a advogada da dupla ainda questionou se o segurança seria realmente um homem negro. “Ele é no máximo um pardo”, teria afirmado em juízo. Em seguida defendeu a tese de que os irmãos não participavam da confusão relatada e buscavam um local seguro, uma vez que bombas de gás estariam sendo atiradas pela polícia para conter a confusão.
Os desembargadores não acreditaram que os irmãos estivessem ali para brigar e concordaram com a tese defesa de que os réus foram "induzidos a agir com ira" ao lhes ser negada a entrada em um local seguro naquele momento.